O Índice de Confiança da Indústria (ICI) de Transformação subiu 2,6 pontos em outubro, atingindo 95,4 pontos, o maior desde abril de 2014. Na sondagem de setembro, ele havia aumentado 0,6 ponto. A pesquisa é feita pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas, e foi divulgada hoje (31) em São Paulo. Esse tipo de indústria transforma matéria-prima em um produto final ou intermediário para outro segmento industrial.
“A confiança está se aproximando de 100 pontos, abaixo de 90 pontos é a zona extremamente baixa, já saiu dessa zona há alguns meses e está se aproximando dos 100 pontos que é uma boa notícia”, disse a coordenadora da Sondagem da Indústria da FGV Ibre, Tabi Thuler Santos.
Para a economista, os dados já refletem a melhora da demanda. “E também da situação dos negócios e da melhora de rentabilidade. Os preços de exportação começaram a responder, aumentando em volume e preço”. Neste mês, foi registrada alta em 10 de 19 segmentos pesquisados.
Apesar da alta, a confiança continua baixa em termos históricos, porém, aumenta o percentual de segmentos que se aproximam da média histórica. Segundo a coordenadora da sondagem, o setor de celulose acusou índice de confiança muito alto. “É um segmento que exporta muito, e é pouco voltado ao mercado interno. A exportação melhorou muito no início do ano e houve melhora de crédito”, opinou Tabi Thuler.
Principal responsável pela melhora na confiança, o Índice da Situação Atual (ISA) aumentou 4,9 pontos, atingindo 95,5 pontos. Já o indicador de nível de demanda somou 93,1 pontos, o maior nível desde agosto de 2015.
“O indicador de demanda vinha melhorando muito lentamente por causa do aumento das exportações. Este mês deu um salto importante e foi uma melhora difusa, muitos segmentos relatando a melhora da demanda no mercado interno”, disse a economista.
Números indicam melhores negócios
A melhora na percepção sobre a situação atual dos negócios foi a principal influência para a alta do ISA e do Índice de Confiança da Indústria em outubro. O indicador alcançou 94,5 pontos, 7,1 pontos acima do resultado de setembro – a maior alta na margem desde dezembro de 2005, quando cresceu 7,3 pontos.
A parcela de empresas que consideram a situação dos negócios como boa subiu de 10,9% para 14,6%, enquanto a parcela das que a consideram fraca caiu de 29,3% para 21,5% do total.
Já o Índice de Expectativas (IE) subiu 0,3 ponto, indo para 95,2 pontos, com alta em sete dos 19 segmentos. “É uma redução da insatisfação, está aumentando o percentual dos que estão otimistas com o futuro, mas ainda está muito abaixo do que a gente observa historicamente”, disse Tabi.
Responsável pela evolução do IE em outubro, o indicador de produção prevista para os três meses seguintes subiu 2,7 pontos, indo para 96,8 pontos, o único dentro os componentes do IE a avançar no mês. Houve aumento da proporção das empresas prevendo alta da produção de 32,8% para 34,6%, e diminuição da proporção das que esperam redução da produção de 20,8% para 17,6% do total.
Segundo a pesquisa, os indicadores aproximam-se aos poucos de suas médias históricas, à exceção do nível de utilização da capacidade, que está em 74,3% (a média histórica é de 77,9%). “Este indicador continua muito baixo e com perspectivas incertas, uma vez que o cenário é de recuperação lenta e sujeita aos riscos do ambiente político”, finalizou Tabi.