O voto do conselheiro Otavio Luiz Rodrigues, relator do processo, foi apresentado ao Conselho no dia 5 de outubro, também em caráter sigiloso. Segundo apurou o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), o conselheiro recomendou que o acordo não fosse fechado. Embora tenha pedido vista do processo, o conselheiro Igor de Freitas também deve recomendar a rejeição do TAC.
Historicamente, Rodrigues sempre se posiciona contra termos de ajustamento de conduta. Ele foi o único a votar contra o primeiro TAC aprovado pela Anatel para a Oi, em maio de 2016, cuja assinatura foi suspensa pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Esse primeiro TAC previa a substituição de R$ 1,2 bilhão em multas por R$ 3,2 bilhões em investimentos na rede. Embora naquela época ainda não estivesse em recuperação judicial, a companhia já apresentava problemas econômico-financeiros. Agora, às vésperas da assembleia geral de credores, não há ambiente para que uma nova proposta seja aprovada, ainda mais considerando os valores envolvidos no segundo TAC, de cerca de R$ 5 bilhões.
O segundo TAC pedido pela Oi permitiria a troca de R$ 5 bilhões em multas por investimentos em rede. Essas penalidades foram aplicadas por descumprimento de normas referentes a direitos e garantias dos usuários, fiscalização e interrupções sistêmicas. O primeiro dizia respeito a metas de qualidade, universalização e ampliação do acesso aos serviços.
Rodrigues também foi o único voto contrário ao TAC proposto pela Anatel para a Telefônica/Vivo, apesar de a companhia não ter qualquer problema de caixa para cumprir as obrigações. Aprovado pelos outros quatro conselheiros em outubro do ano passado, esse TAC permitiu a troca de R$ 2,2 bilhões em multas por R$ 4,9 bilhões em investimentos na rede.
Freitas, por sua vez, tem tido uma postura muito crítica em relação à Oi. Ele foi coordenador do grupo de acompanhamento econômico da empresa e recomendou a abertura de processo de caducidade das concessões de telefonia fixa e de cassação das licenças de telefonia celular, banda larga e TV por assinatura da companhia. Tudo indica que também vai recomendar a rejeição do TAC da Oi e que será acompanhado pelos outros conselheiros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.