A norueguesa Statoil, sexta produtora de petróleo e gás natural no Brasil, comprou por US$ 25 milhões 40% da participação da também norueguesa Scatec no empreendimento Apodi, de geração de energia solar, localizado em Quixeré, no Ceará. O investimento total do projeto é estimado em US$ 215 milhões.

Com capacidade de 162 megawatts (MW), Apodi terá capacidade de fornecer energia para cerca de 160 mil residências. Esta é a primeira incursão da Statoil na energia solar no Brasil, que pretende, a partir de agora, investir junto com a Scatec no País.

As duas empresas fizeram um acordo exclusivo de cooperação técnica, que inclui, no preço de compra da participação, 50% da empresa que irá executar o projeto. A Scatec Solar é uma produtora independente de energia solar da Noruega, com usinas em operação produzindo 322 MW de energia.

“O Brasil é um país estratégico para a Statoil, onde nossa ambição é promover um crescimento seguro e sustentável num mercado de energia que é significativo. Entrar no segmento de energia solar no Brasil reforça nosso portfólio de atividades, que inclui o Campo de Peregrino, além das descobertas de Carcará e Pão de Açúcar, a serem desenvolvidas”, disse, em comunicado, a vice-presidente executiva da área de Novas Soluções Energéticas da Statoil, Irene Rummelhoff.

O início da construção está previsto para este mês, com previsão de ser concluído no final de 2018. O projeto solar de Apodi será financiado por empréstimo financeiro (65% do valor) e por recursos próprios dos acionistas (35%), dos quais US$ 30 milhões correspondem à parcela da Statoil, informou a companhia.

Apodi foi adquirido em um leilão do governo em 2015, com preço de energia equivalente a US$ 104 por megawatt-hora (MWh) em 2017. “O empreendimento tem total permissão para conexão à rede elétrica. O ativo possui um contrato de compra de energia com duração de 20 anos (power purchase agreement – PPA)”, segundo a Statoil.

Com estratégia internacional na área de energia renovável voltada para geração eólica, este é o primeiro passo da Statoil em energia solar, que vai usar o Brasil como piloto para entrar no segmento.

“O projeto Apodi é um primeiro passo para entrarmos no mercado solar e avaliarmos como este segmento pode apresentar oportunidades de crescimento lucrativas e com possibilidade de expansão”, complementou Rummelhoff.

No Brasil, ao longo dos últimos anos, foram leiloados cerca de 3 gigawatts (GW) de projetos solares em três leilões consecutivos. Outros 7 GW deverão ser ofertados até 2024.