Os juros futuros sustentam alta desde a abertura, em meio à sinalização do Banco Central de que poderá reduzir mais o ritmo de corte da Selic na reunião de dezembro. O placar apertado na votação que derrubou a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, e a previsão do leilão de títulos do Tesouro nesta quinta-feira, 26, também ajudam a apoiar o avanço das taxas no mercado.
“Acho que o BC deixou muito nebuloso o futuro dos juros, aberto mesmo. Podem parar, podem seguir, podem diminuir, isso está pressionando um pouco, algumas zeradas e outros acreditando que já foi bastante”, observou o operador de renda fixa da Renascença DTVM, Thiago Castellan.
Na quarta-feira, o BC confirmou as apostas do mercado ao cortar a Selic em 0,75 ponto porcentual, para 7,50%. O comunicado sinaliza que deve reduzir ainda mais o ritmo de afrouxamento na reunião de dezembro. Segundo o colegiado, “caso o cenário básico evolua conforme esperado, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, o Comitê vê, neste momento, como adequada uma redução moderada na magnitude de flexibilização monetária”.
Sobre a votação de quarta, 251 deputados votaram no plenário da Câmara pelo arquivamento da denúncia por formação de quadrilha e obstrução da Justiça, contra 233 pedindo o prosseguimento da matéria. Foi uma vitória menor do que a obtida em 2 de agosto, quando 263 votos favoráveis a Temer barraram a investigação por corrupção passiva. Isso eleva chances de maiores resistências dos parlamentares para aprovação de medidas impopulares, como a reforma da Previdência, tendo em vista a proximidade das eleições de 2018.
Às 9h33, o DI para janeiro de 2019 exibia 7,28%, na máxima, de 7,24% no ajuste de quarta. O DI para janeiro de 2020 marcava 8,24%, de 8,19%, enquanto o vencimento para janeiro de 2021 estava em 8,93%, de 8,90% no ajuste anterior.