Criança de 6 anos é resgatada por vizinhos de apartamento trancado em chamas

O Corpo de Bombeiros foi acionado, por volta das 2h, para atender a ocorrência. Antes da chegada da corporação, moradores arrombaram a porta do imóvel, que fica no terceiro andar do prédio, para retirar a menina, que estava sozinha no local, e utilizaram extintores dos corredores para apagar as chamas. Várias áreas do prédio foram atingidas pela fumaça e pela fuligem.

A auxiliar de cozinha Selma Fátima da Costa, de 48 anos, que retirou a criança do apartamento e também precisou de atendimento médico, contou ao G1, na manhã desta terça-feira (21), como a criança foi resgatada.

“Eu estava dormindo e bateram na minha porta dizendo que tinha fogo. Eu abri e uma moça falou que tinha uma criança presa. Chamei o meu marido, ele levantou correndo e fomos retirar a criança. Ele [marido] deu um chute na porta, mas não conseguiu abrir, a criança estava gritando, até que outro morador veio e deu dois chutes e conseguiu. Eu carreguei a criança para dentro da minha casa, a fumaça estava muito forte e ela [criança] estava bem mal”, relatou Selma ao G1.

“Ela [criança] estava bem ruinzinha. Estava babando, com o nariz com secreção. Estava sozinha dentro de casa. Eu fui hospitalizada e agora estou bem, mas no começo eu estava bem ruim. Fiquei no oxigênio, a criança também”, completou.

A Polícia Civil vai instaurar um inquérito e ouvir testemunhas para investigar se a criança fica frequentemente sozinha no imóvel. Segundo informou ao G1 nesta terça-feira (12) o delegado seccional assistente, Luís Carlos de Oliveira, há possibilidade de o caso se tratar de abandono de incapaz.

“Segundo o histórico do Boletim de Ocorrência, os pais deixaram essa criança, de seis anos, sozinha no apartamento e saíram para trabalhar. Vai ser apurado se é corriqueiro essa criança permanecer sozinha, enquanto os pais trabalham. A mãe disse também que a criança havia ficado com uma babá. Vai ser instaurado um procedimento de Polícia Judiciária para apuração e, caso fique demonstrado que essa criança fica sozinha, podem até responder por abandono. Todas as versões vão ser apresentadas, inclusive as causas do incêndio”, afirmou Luís Carlos de Oliveira ao G1 nesta terça-feira (21).

Ainda de acordo com o delegado, a mãe da criança, que tem 22 anos, afirmou que trabalha de atendente, e o padastro, de 26 anos, como salgadeiro. “Vamos pedir informações de onde essas pessoas trabalham, os horários, escalas e ouvir os vizinhos e a suposta babá. Vamos ouvir também a mulher que socorreu a criança, que está no registro policial como vítima e testemunha”, destacou Oliveira ao G1.

O G1 esteve no apartamento na manhã desta terça-feira (21) e não encontrou nenhum responsável pela criança.

A perícia vai apontar as causas do incêndio.

Segundo a Polícia Civil, a menina inalou muita fumaça e foi encaminhada para o Hospital Regional (HR) de Presidente Prudente. O hospital informou ao G1,nesta terça -feira (21), que “a paciente em questão, a criança, permanece sob observação clínica por parte da equipe médica e de enfermagem e seu estado de saúde é considerado estável”.