Naturalmente não é de hoje que se sabe e se noticia o quanto a atual crise brasileira assola o comércio varejista. Dentre as formas deste impacto, frisa-se o impacto ao mercado de trabalho formal do varejo, principalmente nos anos de 2015 e 2016, mas ainda com importantes reflexos negativos também em 2017. Contudo, a FecomercioSP, na tentativa de aprofundar sua observação dos reflexos da atual recessão na movimentação de vínculos celetistas nos setores varejistas, não apenas o fez ao cunho regional e municipal, mas também, neste caso, para o porte dos estabelecimentos. Isto é, aplicamos uma lupa ao desempenho do mercado de trabalho dos municípios, por atividades varejistas e tamanhos dos estabelecimentos, para avaliar em qual extrato por porte de empregadores há mais destaque.

No município de Dracena, no ano de 2017, de janeiro a setembro, o varejo gerou 50 vagas formais, porém observando o desempenho pelo tamanho dos estabelecimentos visualiza-se que as empresas com até quatro funcionários possuem geração de 103 vagas, sendo que 74 apenas nos supermercados locais.

 

Em doze meses, no saldo acumulado de outubro de 2016 a setembro de 2017, quando há uma criação de 29 postos de trabalho no varejo local, considerando apenas os estabelecimentos com até quatro trabalhadores em seu quadro funcional, o saldo é positivo em 96 novos vínculos trabalhistas formais. Ressalta-se que neste período, no geral e dentre as atividades consolidadas, destaca-se a geração de vagas dos supermercados (+ 72 vagas)

 

Os números acima mostram uma realidade interessante. No ano e em doze meses há geração de postos de trabalho em pequenos estabelecimentos, com até quatro trabalhadores.

Em momentos em que há menos admissões que desligamentos no total do varejo, as pequenas empresas amenizam um saldo que poderia ser pior, e em momentos com saldo positivo de vagas, estes estabelecimentos potencializam a geração de vínculos.

Algumas análises podem ser tiradas destes números. Primeiramente, mesmo num momento de retração do emprego, os pequenos estabelecimentos, por características intrínsecas ao seu tamanho, têm menos capacidade de subsistir diminuindo quadro funcional, portanto os que mantem portas abertas possuem ao menos mais estabilidade de vagas. Outra importante realidade é o aumento de micro e pequenas empregadores, muitos formados por antigos trabalhadores celetistas que foram desligados anteriormente.

Ressalta-se, por fim, as características do pequeno varejo, muitos localizados em bairros, com proximidade e fidelidade de clientes bastante significativas. Em suma, mesmo em crises, o desempenho dos pequenos estabelecimentos é um alento e tem ao menos caráter estabilizador, para não dizer de destaque pela geração de novas oportunidades de trabalho formal.

Sincomércio Nova Alta Paulista e Fecomércio-SP