Segue a euforia corintiana pela conquista do heptacampeonato brasileiro. E se o ano de 2017 foi coroado com mais um título brasileiro e o Paulistão, no começo do ano, o torcedor esfrega as mãos pensando num 2018 melhor – o time disputará a Libertadores. E quem viu o presidente do clube, Roberto Andrade, em entrevista ao repórter Mauro Naves, no “Seleção SporTV”, na tarde desta sexta-feira, pode vibrar.
Feliz com os resultados, o dirigente considera o recente título deste Brasileirão como o mais difícil de toda sua gestão, “pela desconfiança de todos”. Acha que o rótulo dado de quarta força no começo do Paulistão mexeu com os brios dos atletas. Afirmou que a saída do lateral Guilherme Arana para o Sevilla está adormecida, e promete um 2018 com menos dívida e mais dinheiro para buscar quatro ou cinco reforços.
– Acredito eu que com quatro, cinco atletas a gente faça esse elenco ficar mais forte do que já é.
Veja alguns dos assuntos da entrevista:
TÍTULO MAIS DIFÍCIL
Nenhum dos outros títulos que ganhamos foi fácil. Todos eles tiveram o seu complicador. Mas este aqui eu acredito também pela desconfiança de todos. O ano de 2016 não foi um ano tão favorável que tivemos. Não conseguimos classificação para a Libertadores. Acho que isso despertou em todos essa desconfiança toda. Mas eu gosto de realçar sempre o aspecto ambiente, as pessoas, a dedicação com que todos começaram o ano, se entregando. Começamos conquistando o Campeonato Paulista. E o Campeonato Brasileiro todos sabem da dificuldade que é você manter uma regularidade e conquistar o título. Foi o que até aconteceu conosco. Então eu posso até concordar com o Cássio que pelas desconfianças foi bem difícil a gente superar tudo isso.
“QUARTA FORÇA” MOTIVOU
Não vou chegar a dizer uma ofensa, a opinião da maioria era essa. Mas isso mexe com o brio das pessoas. Todos aqui são profissionais dedicados, trabalham, tem uma camisa fortíssima, que é a do Corinthians. Então você ser colocado em prova acaba mexendo com os brios. Foi o que aconteceu. Começamos um Campeonato Paulista, perdemos para a Ferroviária, o Santo André. Veio o clássico contra o Palmeiras em que nós fizemos um grande jogo, vencemos. Acho que aí foi uma grande largada para a gente conquistar o Campeonato Paulista. Repito: a união do grupo em torno dessa chamada quarta força ajudou bastante.
MAIS DINHEIRO E REFORÇOS
Menos dívida. Com mais dinheiro porque a gente nunca trabalhou com sobra de caixa, não é agora que vai trabalhar. Mas com menos compromissos a pagar do que a gente tinha antes. Muito menos. Isso nos dá um pouco mais de folga para poder trazer alguns outros jogadore. Até porque o elenco do Corinthians não carece de formar um time inteiro. Acredito eu que com quatro, cinco atletas a gente faça esse elenco ficar mais forte do que já é.
GUILHERME ARANA
Se a gente for falar pelo dia de hoje, a gente não tem nenhuma negociação. Nenhuma oferta a nenhum jogador. O Guilherme Arana nós conversamos no mês passado e ficou meio que adormecido. Pode voltar? Pode voltar. Mas por enquanto hoje não tem nada em andamento. Então não sei te responder.
PRESSÃO POLÍTICA
Você tem pressão de todos os lados. Pressão da torcida, pressão da política de dentro do clube, pressão da imprensa, sempre nos cobrando para ter um futebol melhor. Faz parte. Agora, o positivo disso tudo, o que aconteceu comigo, o pedido de impeachment por parte de alguns conselheiros, eu, em nenhum momento, transferi esse problema que aconteceu comigo para dentro do futebol, muito pelo contrário. Nunca trouxe problema nenhum meu pro futebol. O futebol eu sempre tratei de forma isolada. Blindamos o futebol. Segurei praticamente sozinho toda a pressão que sofri por conta desse impeachment absurdo. Tentaram dar um golpe político, essa que é a verdade. O papel de uma diretoria é formar o ambiente o melhor possível. Sempre fiz isso nos sete anos que estou no futebol, sempre foi o meu papel. Nunca tivemos problema nenhum pessoal de atleta, indisciplina.
DECISÃO DE MANTER CARILLE
Não foi nem em janeiro, foi no término do campeonato de 2016, no fim da temporada, que nós decidimos e optamos pela saída do Oswaldo. Nós já tínhamos pensado nisso anterioramente, só que estávamos num momento muito delicado como equipe, participando da Copa do Brasil, que o Carille fez o primeiro jogo, contra o Cruzeiro, depois o segundo jogo foi o Oswaldo que fez. E naquele momento entendemos que manter o Carille naquele momento, fim de temporada, seria um risco muito grande. Eu conheço o Carille, sei do seu potencial, da pessoa que é. Talvez se tivesse seguido no futebol naquele momento em 2016, e a gente ter saído da Copa do Brasil como aconteceu, a pressão não conseguiria manter o Carille como fizemos. Então planejamos para que o em janeiro o Carille pegasse o time no início da temporada e desse sequência ao seu trabalho. Graças a Deus, fomos felizes.