As festas de fim de ano estão próximas e, com elas, uma grande oportunidade para as férias: colocar em dia as pendências que você acumulou nos últimos meses, incluindo seu carro. A manutenção está em ordem? Faltou trocar alguma peça, algum filtro? E os pneus?

Para garantir que as viagens de verão não virem um pesadelo, é fundamental se planejar. “O veículo precisa estar em ordem. Pode ser o carro mais sofisticado, mais moderno. Se não estiver com a manutenção em dia, a viagem pode se tornar perigosa”, diz o engenheiro Celso Alves Mariano, especialista em trânsito e diretor do Portal do Trânsito.

“Uma das partes mais importantes e, por vezes, negligenciadas são os pneus. Algumas orientações simples garantem que não haja contratempos na viagem e, principalmente, maior segurança de todos nas estradas”, diz Flavio Santana, gerente de marketing de produto da Michelin América do Sul.

 

Você sabe tudo o que precisa conferir para garantir a segurança da família na estrada? Acompanhe nossa lista e descubra.

 

1. CONFIRA O ÓLEO

Quanto falta para a próxima troca de óleo? Ela vai acontecer durante a viagem? É recomendável fazer essa conta. Caso a quilometragem limite para o óleo seja alcançada durante as férias, pode ser melhor fazer a troca antes. Aproveite para checar se todos os filtros estão em ordem, se o carro tem algum farol queimado e se as paletas estão em bom estado – quando gastas, além de não limpar corretamente, ainda colaboram para que o para-brisa fique mais sujo.

 

2. CALIBRE OS PNEUS

“Pneus descalibrados são um grande fator de risco. Se estão muito baixos, aumentam o desgaste do automóvel. Se ficam muito altos, perdem a aderência”, diz Mariano. Santana, da Michelin, explica: “A pressão ideal é a que está no Manual do Proprietário do Veículo, para carga completa (5 passageiros) ou carga normal (até 3 passageiros), pneus dianteiros, traseiros e estepe. Não confie na informação de frentistas, borracheiros ou outros ‘entendidos’. Ninguém consegue saber de memória as recomendações de pressão para todos os veículos.” Lembre-se também de encher os pneus quando eles estão frios. Se já rodaram bastante e ficaram aquecidos, o ar dentro deles se expande. Resultado: ao esfriar, o pneu vai ter menos pressão do que você colocou.

 

3. ALINHE E BALANCEIE

“A suspensão do veículo é formada por componentes que são montados em ângulos e posições específicas. Com o uso, devido a vibrações e choques em buracos ou asfalto irregular, esses ângulos sofrem alterações. Isso faz com que o veículo tenda a ir para um determinado lado em linha reta. Os pneus podem ‘cantar’ em curvas mesmo a baixa velocidade e o veículo pode ter que arrastar as rodas para seguir em frente, gastando mais combustível e mais os pneus”, diz Santana. O alinhamento e o balanceamento são cruciais para evitar e corrigir esse tipo de problema grave. É bom realizar os dois procedimentos a cada 10 000 quilômetros, ou a cada revisão mecânica ou sempre que o carro tiver passado por algum impacto, como buracos.

 

4. FAÇA RODÍZIO DOS PNEUS

Quando os quatro pneus têm desgaste semelhante, o veículo fica mais equilibrado. Acontece que cada um dos pneus é submetido a um esforço diferente. Ao longo do tempo, o desgaste é desigual. Por isso, fazer o rodízio ajuda. Existem duas formas de trocar a posição dos pneus: colocar atrás os dois que estavam na frente e vice-versa ou o rodízio em X. A segunda escolha é mais indicada para veículos que costumam fazer mais curvas para um lado do que para outro. “É necessário verificar o tipo de desgaste dos pneus para decidir o melhor rodízio”, afirma Santana. “Um especialista em pneus, presente em todas as revendas Michelin, é a pessoa mais indicada para aconselhar o tipo de rodízio a se realizar.”

 

5. CONFIRA OS PNEUS

É bom conferir o estado dos pneus. O rodízio ajuda, mas pode ser o caso de trocá-los. Para saber se esse momento chegou, confira o TreadWearIndicator, ou TWI. Trata-se de um indicador localizado na parte do pneu que fica em contato com o solo. Quando o desgaste atinge um determinado ponto marcado ali, é porque ele já passou do ponto mais seguro. Como saber se isso aconteceu? Basta buscar no ombro do pneu (a parte que fica entre a banda de rodagem e a lateral) pequenas marcas como um triângulo, as letras TWI ou mesmo o boneco da Michelin desenhado. Com as pontas dos dedos, é possível conferir os sulcos, incluindo o mais interno. Monitore também a situação do estepe: ele precisa estar em bom estado e calibrado.

 

6. TROQUE OS PNEUS

“Se tiver que substituí-los, procure saber as diferenças entre as diversas opções. Busque comparativos e testes realizados por institutos independentes, comentários de blogs especializados e sites de comparação”, explica Santana. Existem muitas diferenças, e elas se manifestam na rua, como a durabilidade, a resistência a buracos e a aderência no asfalto seco ou molhado. Os pneus também são responsáveis por 20% do consumo de combustível. “Eles são o único ponto de contato do veículo com o solo”, diz Santana. “De nada adianta ter freios ABS, freios auxiliares eletrônicos EBD e sistemas que evitam o descontrole do veículo em curvas ESP se os pneus não corresponderem às necessidades do veículo.”

 

7. ENCHA O TANQUE

Muitas vezes, você vai encontrar longos trechos de estrada sem nenhum posto de gasolina. É sempre bom, ao longo da viagem, aproveitar todas as oportunidades para manter o tanque cheio. Mas tome cuidado com a qualidade do combustível – postos sem bandeira ou com preços baixos demais devem ser evitados. As paradas para abastecer também são úteis para o condutor descansar um pouco. O ideal é repousar ou trocar de motorista a cada 300 quilômetros de trajeto.

 

8. DIRIJA COM CUIDADO

Tudo pronto? Não se esqueça de tomar mais alguns cuidados. Em primeiro lugar, evite peso excessivo. Ele aumenta a carga sobre os pneus e o consumo de combustível. Além disso, ao chegar à pista, evite freadas inesperadas e mudanças bruscas de direção. E sempre observe os limites de velocidade. “Seguir a legislação de trânsito significa aumentar o controle sobre o veículo e, com isso, reduzir o risco de acidentes”, afirma o especialista Celso Alves Mariano.

Consultoria: Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos