O papa Francisco teve um encontro emotivo em Bangladesh com refugiados muçulmanos de Mianmar e usou a palavra rohingya para descrevê-los pela primeira vez em sua viagem à Ásia, ao pedir que eles sejam respeitados.
Ele também pediu para o mundo não ignorar refugiados, minorias perseguidas, pobres e vulneráveis.
O encontro ocorreu em uma reunião de paz inter-religiosa em seu primeiro dia completo em Bangladesh, para onde 625 mil rohingyas do Estado de Rakhine, em Mianmar, fugiram de uma repressão do Exército.
Refugiados disseram que diversos vilarejos rohingyas foram completamente queimados, pessoas foram mortas e mulheres foram estupradas. O Exército de Mianmar negou acusações de “limpeza étnica” feitas pelos Estados Unidos e pela Organização das Nações Unidas.
O papa havia visitado Mianmar mais cedo nesta semana, onde se encontrou com a líder Aung San Suu Kyi e o general sênior Min Aung Hlaing.
Mas no país ele evitou usar a palavra rohingya, um termo que autoridades rejeitam. Muitas pessoas em Mianmar consideram os rohingyas, em grande parte apátridas, como imigrantes ilegais de Bangladesh.
No encontro em Bangladesh, no entanto, ele disse: “a presença de Deus hoje também é chamada rohingya”.
Discursando para cerca de 5 mil pessoas no encontro no terreno da residência do arcebispo católico romano, Francisco disse: “O quanto nosso mundo precisa que este coração bata forte, para conter o vírus da corrupção política, ideologias religiosas destrutivas, e a tentação de fechar os olhos para as necessidades dos pobres, refugiados, minorias perseguidas, e aqueles que são mais vulneráveis”.