Tradicional na Cidade Milagre e no coração dos dracenenses, o Restaurante Cuca Fresca encerrou suas atividades neste mês. O estabelecimento dirigido por seu Toninho e dona Belinha, ambos com 73 anos, na avenida José Bonifácio, em frente à praça Arthur Pagnozzi desde 1976, marcou época e reuniu gerações nos famosos jantares, o memorável filé, as canjas de galinha caipira servidas após os bailes de Carnaval na cidade. “Temos fregueses há mais de 40 anos. O avô foi meu cliente, o pai, o filho e depois o neto”, confidenciou dona Belinha.

O casal de empreendedores lançou a moda dos jantares dançantes, muito promovidos até hoje na cidade. “Os jantares eram realizados em parceria com o senhor Valdomiro no Xadrez Tênis Clube, chamavam XTCuca”, contou. Nessa época, Valdomiro Pagnozzi era presidente do extinto Xadrez Tênis Clube. Com o sucesso na organização desses eventos, logo começaram a servir em festas de casamento na cidade e em outras localidades.

Ao longo de sua trajetória, o Cuca também recebeu diversos artistas, personalidades e políticos, como: Ary Toledo, Elke Maravilha, Nerso da Capitinga, Mamonas Assassinas, Sheila Melo, o jogador de futebol Roberto Carlos, ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e até mesmo o falecido deputado Ulysses Guimarães.

A história do casal, que se mudou de Valparaíso, no comércio dracenense começou a ser escrita muito antes do Cuca, na década de 60, com o extinto Bar Brasília, grande prédio na avenida Presidente Vargas. “Tivemos o primeiro bar de Dracena – “Bar Brasília”, onde a moçada da época fazia seu clubinho da alegria, eram festas constantes” destacou.

Tempos depois, tiveram a lanchonete Gato que Ri. “Com a vinda da primeira faculdade fizemos a lanchonete Gato que Ri, onde passamos a ser servir as primeiras refeições no balcão e se trabalhava até altas horas da madrugada”, relembrou.

Toninho e Belinha completam 50 anos de casamento amanhã e tem um filho, Fabiano Augusto que é advogado e reside com a família em Maringá.

A professora que se formou na escola Isac e que não sabia cozinhar até se casar e começar a trabalhar com o marido revelou o que aprendeu com a experiência. “No comércio, é preciso ter vontade, gostar do que se faz, ter qualidade, preço e atendimento. Viver é para os corajosos”, considerou. E encerrar ciclos, também, dona Belinha.