O investimento em uma economia resulta da adição de novas máquinas, equipamentos, construções, e de outros bens e produtos à produção do país. A incorporação destes elementos garante a diversificação, a inovação, o retorno do protagonismo do empreendedor na economia e da inclusão de um novo trabalhador à produção. A diversificação da economia garante a inserção em uma economia internacional.

Se crescer o país puxado apenas pelos dispêndios em consumo- sem diversificação e sem inovação- temos uma redução na possibilidade de um crescimento sustentável e de longo prazo na economia. O crescimento ocorre enquanto as condições de manutenção de uma renda elevada – ou de sua expectativa futura- se mantenha e esteja voltada para os segmentos de bens de consumo não durável e durável. Neste ambiente, o setor de construção civil também encontra dificuldade em crescer. Não ocorre inovações na economia. A incorporação de trabalhadores no mercado de trabalho pode não ser permanente.

Estas observações são válidas para as expectativas de crescimento econômico do Brasil, particularmente em um ano como o de 2018 em ritmo da eleição. Sem o crescimento da formação bruta do capital fixo ou dos investimentos, fica difícil considerar um crescimento acima de 4% ao ano, necessário para atender as necessidades futuras do próprio governo dentro das reformas que estão em andamento e das características demográficas da população brasileira.

É conveniente observar que a busca por um crescimento acima de 4% ao ano não deve se limitar apenas a um ano. Deve ocorrer por um período adequado de forma a atender restrições estruturais que foram adquiridas por diversos anos recentes.

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*Agostinho Pascalicchio é professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie.