As contas externas fecharam 2017 com saldo negativo. O déficit em transações correntes, que são as compras e as vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com o mundo, ficou negativo em US$ 9,8 bilhões, informou hoje (26) o Banco Central (BC). O valor equivale a 0,48% do Produto Interno Bruto (PIB).
O déficit ficou acima da última estimativa do BC para o ano. Em dezembro, a projeção para o déficit em transações correntes neste ano foi reduzida de US$ 16 bilhões para US$ 9,2 bilhõs. O valor de 2017 ficou abaixo do ano passado. Em 2016, o déficit foi de US$ 23,5 bilhões. Foi o menor desde 2007, quando o país registrou resultado positivo de US$ 408 milhões. Em 2008, o país começou a apresentar déficit, com US$ 30,6 bilhões negativos.
No ano, a balança comercial ajudou a reduzir o déficit, ao apresentar superávit de US$ 64 bilhões. Por outro lado, a conta de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, seguros, entre outros) apresentou resultado negativo de US$ 33,8 bilhões.
A conta de renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) teve déficit de US$ 42,6 bilhões. A conta de renda secundária (renda gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) ficou positiva em US$ 2,6 bilhões.
Quando o país registra saldo negativo em transações correntes, precisa cobrir esse déficit com investimentos ou empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o investimento direto no país (IDP), porque recursos são aplicados no setor produtivo do país. Em 2017, esses investimentos chegaram a US$ 70,3 bilhões, valor inferior aos US$ 78,2 bilhões de 2016.