Amigo não é quem compartilha, por inteiro e sem divergência, as ideias do outro, torce pelo mesmo time, veste-se de maneira semelhante, gosta das mesmas coisas ou tem interesses e aversões similares às da outra pessoa. Réplica, imitação ou cover são coisas de camaleões existenciais. Amizade é outra coisa. 

Analisando o eleitorado de um partido, o rol de crentes da igreja, os membros de torcidas organizadas de seu clube e por aí a fora, constatará que esses subgrupos têm muita pouca afinidade entre si e até se detestam mutuamente. 

Encontrará pessoas que defendem formas diferentes de pensar o ser humano, organizar a sociedade, viver a vida, exercitar a religiosidade e expressar respeito e cuidado pelo outro. Há quem ame cidades grandes — ou pequenas –, sonhe em ter uma casa no campo ou num bairro muito movimentado. Apesar das discordâncias, guardam profunda sintonia entre si, respeitam-se mutuamente, compõem boas parcerias no trabalho, na diversão ou em encontros destinados a jogar conversa fora. 

No ano que se inicia, seja leal aos amigos, sem se rebaixar à condição de capanga ou cúmplice de algum deles, pois quando isso ocorre a amizade há muito deixou de existir. Dê apoio a eles sempre que estejam em busca de um objetivo justo e sem fazer da amizade pretexto para prejudicar terceiros. 

Impetre as bênçãos de Deus sobre todos e cada um deles, seus cônjuges, filhos e parentes. Conserve-se próximo dos que lutam com dificuldade e alegre-se com aqueles que colecionam vitórias. Tenha uns e outros em seu coração, mas lembre-se que a amizade não gera, para você, direito ou obrigação de se envolver-se na vida profissional deles. E peça ao Eterno, em nome do Senhor Jesus, que ajude vocês a encontrarem em cada circunstância da vida uma razão para fazerem maior a amizade mútua. 

“Como duas lâminas de ferro ficam mais afiadas quando são esfregadas uma contra outra, assim dois amigos que discutem seus problemas com sinceridade acabam mais amigos e mais maduros do que antes.” 

*Jornalista. geraldo.bonadio@gmail.com