No início da Segunda Guerra Mundial, o exército alemão, com suas novas e rápidas divisões de veículos blindados, venceu com facilidade as forças francesas e britânicas. De recuo em recuo elas foram cercadas em Dunquerque e só não caíram prisioneiras graças a uma dramática e gigantesca operação — há pouco recordada pelo cinema — que as transportou, por mar, até a Inglaterra.  

Derrotada e invadida, a França se rendeu. Esperava-se que os ingleses fizessem o mesmo. Nunca nos renderemos — anunciou Winston Churchill, num discurso radiofônico que ficou famoso. Com isso, uniu os ingleses em torno de uma causa e se afirmou como um líder capaz de confrontar Hitler. 

Lidar com a adversidade é sempre desagradável. Perder a batalha, a eleição, o negócio ou um relacionamento importante deixa na boca do vencido o gosto amargo do insucesso. Mas — estranhamente — o desfecho que implode alguns, física e emocionalmente, é suportado e superado por outros. Estes driblam o desespero e forjam, em meio ao vendaval que sobre eles se abate, a decisão de fazer daquele momento o início de uma jornada que os levará à vitória. 

Certos, pois, parecem estar os que dizem ser a nossa reação ao desastre mais importante que os danos por ele diretamente ocasionados. O impacto destroça muitos; outros, entretanto, fazem dele alavanca, que os ajuda a se reerguer e principiar um novo momento na vida. 

Ante a adversidade de nada adianta enterrar a cabeça na areia, à moda do avestruz, e negar “a dor que deveras sente”. No entanto, quem vive na fé deve lembrar, nesse momento difícil, que o Deus Eterno encaminha as coisas de tal forma que tudo concorre para o bem daqueles a quem ele ama. Até sob os escombros do desastre que os machuca existe, pois, uma bênção em potencial. 

Busque, com a ajuda dele e daqueles que o amam, curar as feridas, sem nunca perder a esperança. 

*Jornalista. geraldo.bonadio@gmail.com