A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Presidente Prudente, revelou ao G1 na tarde deste sábado (13) que o assalto ao taxista, seguida de incêndio ao veículo, se tratava de uma mentira. Diante da situação, a suposta vítima, de 34 anos, foi detida em flagrante por falsa comunicação de crime, estelionato e dano duplamente qualificado.
Com a gravidade do crime anunciado na madrugada deste sábado (13) pelo taxista, a corporação foi acionada para investigação imediata. Desde então, as equipes realizaram diligências e conseguiu acesso a imagens e rastreamento do veículo danificado. “Infelizmente, consumindo tempo, dedicação e investimento estatal, houve esclarecimento e comprovação inconteste da falsidade”, declarou a DIG.
De acordo com a especializada, após utilizar um valor aproximado de R$ 1,8 mil que seria da família com “ações particulares”, a suposta vítima decidiu inventar o roubo para justificar o gasto à esposa. Mas foi além do falso assalto.
‘Lucro’
Ao perceber que o veículo estava danificado e com o preço de mercado em R$ 12 mil – mas como o havia segurado na avaliação da tabela em R$ 20 mil – o homem resolveu “lucrar com a imoralidade”.
Ele dirigiu de Maringá (PR) a Presidente Prudente (SP), imaginando que no sábado haveria apenas o registro do Boletim de Ocorrência e que posteriormente poderia dificultar a investigação em face da diferença de estados, comprou dois litros de gasolina em um posto do outro lado da cidade e aguardou até a madrugada para executar o plano, segundo explicou a DIG.
Então, a suposta vítima “jogou a gasolina no carro, ateou fogo, caminhou na estrada até ser abordado pela Polícia Militar e mentiu reiteradamente na delegacia”. Entretanto, tudo foi desvendado.
Diante dos fatos, o taxista confessou a prática e foi preso em flagrante pelos crimes de falsa comunicação de crime, estelionato – por tentar fraudar o seguro do automóvel – e dano duplamente qualificado, devido ao uso de combustível e alto valor. Ele passará por audiência de custódia e, se mantida a prisão, será removido ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caiuá.
O ‘crime’
O caso foi registrado na madrugada deste sábado (13) na Delegacia Participativa da Polícia Civil. No documento, o taxista anunciou que bandidos incendiaram seu carro, do Estado do Paraná, em uma estrada rural nas proximidades do Jardim Prudentino, em Presidente Prudente (SP), depois de praticarem um assalto.
De acordo com as informações do Boletim de Ocorrência, policiais militares rodoviários que faziam patrulhamento de rotina pela Rodovia Júlio Budiski (SP-501) durante a madrugada deste sábado (13) avistaram quando a vítima andava pelo acostamento e a abordaram. O taxista alegou que havia sido vítima de roubo e que os assaltantes tinham ateado fogo em seu veículo em uma estrada de terra.
A vítima e os policiais passaram a procurar o local exato do incêndio do veículo e o carro, um Fiat Palio Fire Economy, com placas de Maringá (PR), foi encontrado completamente danificado pelo fogo em uma estrada rural próxima ao Jardim Prudentino.
A história contada pela suposta vítima era a de que ela havia sido contratada em Maringá com destino a Itaguagé (PR). Porém, a rota foi alterada pelos “assaltantes” para Presidente Prudente.
Após passar a divisa dos estados, o taxista declarou que foi rendido pelos contratantes e, com armas de fogo, o colocaram no porta-malas, e que começaram a transitar pela região, até que por volta das 3h o veículo foi parado, todos desceram e houve o incêndio.