Entre as principais queixas de dor lombar que acometem mais de 90% da população mundial, a mais prevalente e que causa mais procura médica, assim como faltas ao trabalho, é a dor do nervo ciático. No entanto, o que muita gente não sabe é que a dor ciática é um dos sintomas da hérnia de disco.
Para esclarecer o assunto, o neurocirurgião especialista em coluna pela Unifesp, o dr. Alexandre Elias, separou seis informações importantes.
1.O Que é a hérnia de disco? É uma doença que ocorre pelo desgaste ou trauma dos discos vertebrais lombares ou cervicais, que acabam por apertar as raízes nervosas que passam próximas a eles, gerando um processo inflamatório doloroso e muitas vezes incapacitante. A dor inicia na região das costas, passando pelas nádegas, chegando até a parte mais baixa de uma ou das duas pernas. Outros sintomas da hérnia de disco são: formigamento, dormência e fraqueza de pernas e dedos.
2. Acometendo cerca de 2 milhões de brasileiros/ano, com dor de média à alta intensidade, quando em estágios mais avançados, a hérnia de disco pode impossibilitar o indivíduo de realizar atividades comuns, como levantar, sentar e andar.
3. Dor do nervo ciático não é doença, mas sintoma – Embora seja comumente relatada como uma doença, a dor ciática é na verdade um sintoma da hérnia de disco. A causa mais comum tem relação com os processos degenerativos, ou seja, as alterações que apresentamos quanto mais velhos ficamos. Outras causas mais prevalentes para o seu surgimento são: atividades físicas pesadas, posturas erradas, obesidade e fraturas na coluna e até tumores.
4. Idade prevalente da doença – Embora seja mais frequente em pessoas entre 30 e 50 anos, ela pode surgir antes ou depois desta faixa etária, seja por fatores genéticos ou qualquer outra atividade que sobrecarregue e desgaste os discos vertebrais.
5. Diagnóstico – O diagnóstico inicial da hérnia de disco é clínico, com base nos relatos de dor e atividades do paciente, que poderá ser somado a exames de imagem, como a ressonância magnética.
6. Tratamento – O tratamento de base para 90% dos casos é realizado com medicamentos (anti-inflamatórios, analgésicos e relaxantes musculares), atividades de correção postural, fisioterapia e infiltrações. Para os quadros críticos e resistentes aos tratamentos conservadores, é indicada cirurgia minimamente invasiva ou convencional para descompressão da raiz nervosa, com cerca de 95% de resposta positiva.