Investir em inovação para ganhar novos mercados. Até 2020, essa é a meta das pequenas e médias empresas (PMEs) paulistas, conforme revela pesquisa anual da Desenvolve SP – Agência de Desenvolvimento Paulista que busca identificar o perfil dos empreendedores e apontar suas percepções sobre inovação e principais dificuldades de investimento. A pesquisa, elaborada com questões de múltipla escolha, foi aplicada ao longo de 2017 durante os eventos do Movimento pela Inovação, que leva conteúdo e atendimento a empresários em busca de recursos para tirar projetos inovadores do papel, e contou com a participação de 182 empresários das cidades São Paulo, Sorocaba, Marilia, Ribeirão Preto e São José dos Campos.

Perfil

Dos 182 empresários que participaram da pesquisa, mais da metade (53%) representam pequenas e médias empresas prestadoras de serviços. Os que estão à frente das indústrias (32%), dos comércios (10%) e de empreendimentos ligados ao agronegócio (6%).

Em relação ao porte das empresas, as PMEs apresentam a visão de 43% dos entrevistados, seguidas pelas startups, com 32%, e dos micronegócios, com os outros 24%.

Percepções sobre inovação

Questionados sobre o que consideram inovação, 74% dos entrevistados a definem como “qualquer tipo de inovação aplicada no negócio”, contra 7% que acreditam que “inovação trata-se apenas de um produto revolucionário”.

Vale ressaltar que, quando se inscreveram para os eventos do Movimento pela Inovação, a maioria dos empresários apontou como motivo o interesse em “conhecer novas opções de investimento”, já que 86% “nunca obteve nenhum tipo de recurso voltado à inovação”.

Para outros 16%, o motivo da participação foi “apresentar um projeto de inovação” às instituições de fomento presentes nos encontros para descobrir a melhor maneira de viabilizá-lo e tirá-lo do papel.

Intenção de investimento

Especialmente em tempos de crise, investir em inovação, seja ela disruptiva ou incremental, é a melhor alternativa encontrada pelos empresários para driblar os seus efeitos negativos. Segundo o levantamento, mais da metade dos entrevistados, o equivalente a 55%, pretendem investir em algum tipo de inovação entre 2018 e 2020.

Para 40% dos que desejam realizar esses investimentos, a motivação principal apontada é poder “ganhar novos mercados”. Para outros 24%, “aumentar a competitividade” do negócio é o principal objetivo. Isoladamente, o “aumento do faturamento” e o “aumento da rentabilidade” são os interesses que aparecem na sequência, com 19% e 16%, respectivamente.

Neste cenário, quando questionados sobre o grau de inovação presente no modelo de negócios de suas empresas, 70% dos entrevistados afirmam comandar empresas “inovadoras ou muito inovadoras”; 16% como sendo “pouco inovadoras” e 13% apontaram estar à frente de empresas “tradicionais”.

Dificuldades para investir

Outro importante dado revelado na pesquisa foi em relação às principais dificuldades encontradas para investir em inovação. Cada entrevistado apontou três problemas. A dificuldade mais citada, por 24%, foi “obter linhas de crédito ou outras fontes de financiamento”. Em seguida, aparece a opção “carga tributária, impostos, legislação e burocracia”, com 23% das citações, e a “incerteza sobre o futuro do país”, com 14%.

“Pelo segundo ao consecutivo a pesquisa mostra que, mesmo diante das dificuldades encontradas, os empresários se mantêm confiantes e devem continuar investindo em inovação. Essa postura será determinante para impulsionar a retomada da economia no estado e no País”, diz Milton Luiz de Melo Santos, presidente da Desenvolve SP.

Quanto à dificuldade sentida pelos empreendedores em encontrar linhas de financiamento para inovação, o executivo diz que a Agência está no caminho certo. “É uma realidade que está mudando. Ao dar início ao Movimento pela Inovação, em 2015, começamos a levar informação de qualidade e facilitar o acesso dos empreendedores paulistas ao crédito sustentável. Prova disso é que os financiamentos da Desenvolve SP para projetos inovadores já atingiram a cifra de R$ 123,7 milhões em todo o Estado de São Paulo. Antes dos eventos, esse montante era de apenas R$ 13,1 milhões”, diz Santos.

O Movimento pela Inovação

Transformar ideias inovadoras em negócios de sucesso é a missão do Movimento pela Inovação. Criado pela Desenvolve SP em 2015 para incentivar o investimento em inovação no Estado de São Paulo, a iniciativa cresceu e vem ganhando cada vez mais notoriedade entre os empresários e empreendedores paulistas. Nos últimos três anos já são mais de 1.600 empreendedores que estiveram presentes nos eventos e que apresentaram projetos inovadores para receber desde orientação a aportes de recursos para colocá-los em prática. São parceiras do Movimento pela Inovação importantes instituições, como a FAPESP, IPT, Embrapii, Sebrae-SP, Centro Paula Souza, IEL, BNDES e Finep.