Mais uma vez, o projeto “Um olhar sustentável: fazendo uma criança feliz” desenvolvido pela Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Tupi Paulista (Acatupi) arrancou sorrisos de aproximadamente 85 crianças quando receberam brinquedos recuperados pelos associadose voluntários.
De acordo com a coordenadora do projeto, Lourdes Grassi, em contato com as equipes de saúde que visitam regularmente as famílias no munícipio (cidade e zona rural) ficaram sabendo a quantidade de crianças (idades e endereços) carentes. Os brinquedos descartados na reciclagem foram recolhidos, higienizados, totalmente recuperados. No caso das bonecas, a voluntária Inês confeccionou todas as roupinhas em diversos tamanhos. A equipe se dividiu em três grupos, coordenados por Lourdes Grassi, Larissa Urdiales e Patrícia Trevizan para efetuar as entregas em vários pontos da cidade.
Além de alegrar o Natal de muitas crianças, toda a comunidade pode colaborar uma vez que se trata de descarte e/ou doação de brinquedos usados.
ACATUPI – A associação surgiu da necessidade da legalização do grupo de catadores que desde 2011, iniciaram suas atividades no município de Tupi Paulista com apenas quatro integrantes. O grupo já esteve em vários locais e hoje está definitivamente em prédio próprio construído com recursos da CESP/Ministério Público por conta da compensação ambiental, na rua Julia Salles, s/n fundo do Bosque Municipal. Depois de muita luta, passando por incêndio, e outros entraves, os associados trabalham para sustento da família, lembrando que não é complementação de renda, mas a própria renda. O grupo faz o recolhimento de aproximadamente 28 toneladas mês, em dois dias da semana em bairros diferentes (terça e quinta-feira). A renda mensal varia de R$ 650 a 750. A prefeitura cede o caminhão e o motorista para o recolhimento nos dois dias da semana e também luvas para separação.
INCÊNDIO – Com o incêndio a população se mobilizou e começou a ajudar o grupo. Então, começou o trabalho para ocupar o novo barracão que estava ainda inacabado, faltando energia e outros melhoramentos, que foram sanados com recursos dos próprios catadores, que pagam INSS, energia, material de limpeza, fitilhos para amarrar os fardos entre outros.
BAZAR –Lourdes Grassi contou que a ideia de promover um bazar nas redes sociais com brinquedos e outros itens surgiu da necessidade de se obter renda para forrar o escritório, que armazena as bonecas restauradas e outros objetivos, somado ao sucesso do leilão de uma boneca famosa nos anos 80, doada por uma moradora de Tupi Paulista. “A Cristina doou uma boneca de 33 anos impecável, uma raridade, da Estrela chamada Minha Melhor Amiga, vimos a importância do objeto e surgiu a ideia de fazer um leilão online pelo Facebook, atingindo o valor de R$ 270 metade do forro. Como precisávamos do dinheiro e tínhamos brinquedos que não eram da faixa etária das crianças que irão receber, então a Larissa Duarte, teve a ideia de fazer o bazar para complementar. Para nós foi uma surpresa o resultado. Era para forrar uma sala, forrou três e ainda fechou um vão para diminuir a entrada das chuvas, que não poderíamos tirar da renda dos catadores e o bazar é altamente sustentável.
O bazar é feito de acordo com as doações da população de Tupi Paulista e também das cidades da região. As fotografias dos objetos recuperados são postadas nas redes sociais e os preços são acessíveis. “O dinheiro está sendo usado para adequação do local e compra de alguns equipamentos como furadeira, soldador elétrico e peças para reforma das bicicletas que são sorteadas na semana da criança”, explicou.