Sete navios, transportando em média 3 mil passageiros cada um, atracarão neste domingo (11) no Porto do Rio de Janeiro para o carnaval. Somando aos 21 mil cruzeiristas os tripulantes de cada embarcação, à média de mil funcionários por navio, o carnaval do Rio terá 28 mil visitantes somente nesses cruzeiros, muitos dos quais já compraram entradas para os desfiles no Sambódromo, além de bilhetes para visitar os pontos turísticos da cidade, como o Pão de Açúcar e o Corcovado.

O presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia-Brasil, do nome em inglês Cruise Lines International Association), Marco Ferraz, disse que o estado do Rio é beneficiado pelo carnaval, porque os navios, como pretendem atracar na capital no domingo, permanecem nos municípios do entorno fazendo escalas, como em Angra dos Reis, na Costa Verde; em Cabo Frio e Armação de Búzios, na Região dos Lagos.

Durante o mês de fevereiro, a previsão é de que 134 mil passageiros desembarquem no estado, dos quais 57 mil na capital, com um aumento de 15% sobre o mesmo período do ano passado. Ferraz informou que foi registrada redução em relação a janeiro, porque houve mais escalas e também porque é um mês maior que fevereiro. Em janeiro deste ano, foram 170 mil cruzeiristas, contando todos os portos em que os navios operam no estado, com 68 mil passageiros somente na capital. O aumento em relação a janeiro de 2017 atingiu 15%.

Impacto

 

De acordo com estudo encomendado pela Clia-Brasil à Fundação Getulio Vargas, o valor do impacto econômico de cada cruzeirista chega a R$ 559. Isso significa que os 170 mil passageiros dos navios que passaram pelo estado em janeiro movimentaram R$ 95 milhões. Em fevereiro, deverão entrar na economia fluminense com R$ 75 milhões. Para a capital, o impacto positivo foi de R$ 38 milhões.

Marco Ferraz lembrou que isso causa impacto em toda a cadeia produtiva do turismo, incluindo hotéis, bares, restaurantes, capacitação de pessoal, contratação de empregados, impostos gerados. O estudo mostra ainda a importância dos cruzeiros marítimos para a geração de trabalho. Considerando que 15 cruzeiristas criam um emprego, um navio de 4,3 mil passageiros gera 2.870 empregos, disse Ferraz. “Quase 3 mil empregos por navio”.

Previsões

Para a próxima temporada no Brasil, que começa em novembro deste ano e vai até a primeira quinzena de abril, a perspectiva é de 21% de acréscimo em comparação à temporada anterior. O Rio de Janeiro vai ganhar um navio extra de 4,3 mil passageiros para fazer embarque na capital fluminense. Serão captados cruzeiristas no estado do Rio de Janeiro, sul de Minas Gerais, Espírito Santo e leste de São Paulo.

A ideia é tornar o Rio de Janeiro semelhante a Miami, nos Estados Unidos, a cidade do mundo com mais embarques em cruzeiros marítimos. “Miami consegue atrair o cruzeirista antes de ele embarcar no navio. Geralmente, eles ficam uma ou duas noites antes do embarque e mais tempo no desembarque. O Rio de Janeiro vai ter a oportunidade de fazer essa aproximação, com as empresas oferecendo a cidade do Rio antes e depois do cruzeiro. A fórmula de Miami pode ser usada aqui”,  Ferraz.

Na temporada nacional de cruzeiros marítimos, que se encerra em abril deste ano, houvea  oferta de 430 mil leitos nos navios. O presidente da Clia-Brasil informou que na nova temporada 2018/2019, haverá aumento de 90 mil leitos, de modo a atingir 521 mil reservas. “E a gente ainda tem chance de chegar mais um navio, que ainda não está fechado”. Em relação à temporada 2016/2017, quando o total de leitos nos cruzeiros foi de 371 mil, haverá aumento de 37% na temporada que começará em novembro. O impacto econômico para o país no ano passado foi R$ 1,6 bilhão, prevendo-se que atinja R$ 2,2 bilhões no fim deste ano.