O ex-prefeito Júlio Omar Rodrigues, de Presidente Bernardes, foi preso nesta quarta-feira (7), em sua casa, no próprio município. A prisão ocorreu mediante o cumprimento de um mandado judicial após Rodrigues transgredir regras do regime aberto, no qual cumpria pena por crime de responsabilidade, segundo informações da Polícia Civil.

O delegado Airton Roberto Guelfi informou ao G1 que o ex-prefeito não apresentou resistência no momento em que foi preso. “Foi tranquilo. Ele estava em regime aberto, mas acabou descumprindo algumas regras impostas para esse tipo de sistema. Diante disso, a Justiça determinou a prisão dele para o regime semiaberto”, explicou o delegado.

Ainda conforme a Polícia Civil, Rodrigues foi levado para a Cadeia de Presidente Venceslau e posteriormente será encaminhado a uma outra unidade prisional.

O ex-prefeito foi condenado em um processo, movido pelo Ministério Público Estadual (MPE), que apontou o suposto desvio de R$ 6 mil dos cofres públicos municipais para o pagamento a um funcionário do asilo de idosos de Presidente Bernardes, fazendo com que o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) determinasse a pena de quatro anos, quatro meses e 15 dias de reclusão, por crime de responsabilidade.

Júlio Omar Rodrigues já havia sido preso no dia 17 de março de 2017para o cumprimento da pena no sistema semiaberto, mas progrediu para o regime aberto após uma decisão da Justiça.

Júlio Omar, que é pai do atual prefeito Luccas Inague Rodrigues (PP), foi eleito três vezes para o cargo de chefe do Poder Executivo de Presidente Bernardes, em 1988, 1996 e 2012. No entanto, ele não conseguiu cumprir o último mandato integralmente – para o qual havia sido eleito pelo PMDB –, após ser condenado por compra de votos pela Justiça Eleitoral.

 

Defesa

 

O advogado Jailton Santiago, que atua na defesa de Júlio Omar Rodrigues, informou ao G1 nesta quinta-feira (8) que vai entrar com um habeas corpus em favor de seu cliente no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ).

“O ex-prefeito foi visitar um amigo em um domingo fora do horário e também do dia permitido pelo sistema. Porém, ele alegou que não foi devidamente avisado e advertido sobre tais restrições”, afirmou o advogado.

Devido a isso, a Promotoria requereu à Justiça a prisão do ex-prefeito no regime fechado, mas tal pedido não se fundamentava, pois o crime pelo qual ele foi condenado é considerado de menor potencial ofensivo, segundo Santiago.

“A Justiça determinou, então, que ele regredisse para o regime semiaberto. Já estamos preparando o habeas corpus para rever essa decisão”, finalizou o advogado ao G1.