A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou a estimativa da safra de grãos 2017/2018 para 226 milhões de toneladas, um aumento de 0,2% em relação ao último levantamento, divulgado no mês passado. De acordo com os dados divulgados hoje (8), o aumento é resultado do avanço da colheita de soja.

A safra deste ano, no entanto, deverá ficar abaixo do ano passado, que registrou a maior produção histórica, com 237,7 milhões de toneladas. Caso a projeção da Conab se concretize, significará um recuo de 4,9%. “Mesmo assim, o país ainda deverá colher a segunda maior safra de todos os tempos”, diz a Conab.

Liderando a produção de grãos, a soja deverá atingir a marca de 113 milhões de toneladas. O milho aparece em seguida, com produção estimada de 87,3 milhões de toneladas.

A Conab destaca também o aumento da produção de algodão em pluma, com estimativa de 1,9 milhão de toneladas, o que representa um aumento de 21,3% em relação à safra passada.

Em relação à área plantada, a Conab projeta aumento de 0,3% em relação à ultima safra. Somente o plantio da soja deverá ocupar 1,1 milhão de hectares a mais que no ano passado.

As estimativas constam do 6º Levantamento da Safra de Grãos 2017/2018.

“Estamos colhendo uma safra muito positiva e o fato a destacar é que tivemos uma normalidade climática. Produtores estão colhendo uma safra com poucas supresas”, disse o secretário substituto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Sávio Pereira.

Ele acrescentou que esta “é uma safra que atende a todas as expectativas do governo do ponto de vista de exportação e do ponto de vista de preços internos de alimento. É uma safra muito boa”.

Queda no milho

O superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Aroldo Antônio de Oliveira Neto, afirmou que a diferença é pequena entre essa safra e a do ano passado e que muito da redução se deve à queda na produção de milho. “Se o milho se comportasse como se comportou na safra passada, teríamos uma safra talvez maior do que estamos divulgando neste momento, mas a questão econômica e a questão de mercado fazem com que o produtor tome a decisão de não investir nesse produto e de investir em outro com maior rentabilidade”.

As estimativas da Conab para o milho são de queda tanto na primeira quanto na segunda safra do produto, em relação à safra passada. Para a primeira safra, a projeção é a produção de 25,12 milhões de toneladas, 17,5% inferior à safra passada, resultado da redução de área e da produtividade. Já para a segunda, a projeção é a redução de 5,9% na área, o que resulta numa estimativa de produção de 62,16 milhões de toneladas, uma retração de 7,8% em relação à safra anterior.

Pereira destacou que o governo investiu quase R$ 800 milhões em Prêmio para o Escoamento (Pep) e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) e em contratos de opções do milho. “Os preços reagiram e o milho está num caminho bom”, disse.