A reflexão de hoje está baseada no texto de Lucas 22.47-53. Judas tinha encontrado uma maneira de trair a Jesus de forma tal que as autoridades pudessem chegar a Ele quando não estivesse cercado pela multidão. Sabia que Jesus tinha o hábito de ir de noite ao Jardim das Oliveiras, e para lá enviou os representantes do Sinédrio. Quando um discípulo se encontrava com um rabino que admirava, colocava a sua mão direita sobre o ombro esquerdo do mesmo, sua mão esquerda sobre o ombro direito, e o beijava. Judas usou como senha de sua traição o beijo de um discípulo em seu amado Mestre!

Há quatro grupos diferentes envolvidos na cena da prisão de Jesus, e seus atos e reações são muito significativos.

Estava lá Judas, o traidor. Era um homem que tinha deixado a Deus e se juntado a Satanás. Só quando alguém elimina Deus de sua vida e aceita a Satanás, pode rebaixar ao ponto de vender a Cristo.

Estavam lá os judeus que tinham ido prender a Jesus. Eram homens cegos diante do SENHOR. Apenas religiosos, mas totalmente desconectados de Deus. Quando o Deus tomou a forma humana e veio a este mundo, não O reconheceram. Tudo o que podiam pensar foi em como levá-lo a cruz. Tinham escolhido seu caminho tanto tempo atrás, e fechado seus ouvidos à voz de Deus e seus olhos à sua direção durante tanto tempo, que no final não puderam reconhecê-lo quando chegou. É algo terrível estar cego e surdo perante o Altíssimo.

Também estavam lá os discípulos de Jesus. Eram os homens que, na ocasião, tinham se esquecido de Deus. Seu mundo havia caído e estavam temerosos de que o fim havia chegado. A última coisa que pensavam nesse momento era em Deus; a única coisa em que cogitavam era a terrível e difícil circunstância em que tinham se envolvido. Há duas coisas que advêm a quem se esquece de Deus e o deixa fora das situações difíceis. Apavora-se completamente e se desconserta totalmente. Perde o poder de encarar a vida com suas lutas e dificuldades. Nos momentos de prova a vida é impossível sem Deus.

E, por último, estava lá Jesus.  E Ele era a única pessoa em toda a cena que se lembrava de Deus! O que mais nos admira em Jesus nos seus últimos dias é sua calma absoluta depois de passado o momento de agonia no Getsêmani (Lc 22.39-46). Mesmo durante sua prisão, Ele era o senhor da situação; e até em Seu julgamento, Ele é o julgador. Jesus aqui nos ensina que o homem que anda com Deus pode encarar qualquer conjuntura e olhar nos olhos de qualquer oponente, de cabeça erguida e sem temor. Só depois de se dobrar diante do Altíssimo o homem pode falar e agir como um vencedor! E você, em qual grupo se encontra?

 

 

*Pastor presbiteriano