O júri popular que vai decidir se condena ou absolve o policial militar Victor Cristilder Silva dos Santos por participação nas 17 mortes ocorridas nas chacinas de Osasco e Barueri em 2015 entra hoje (1º) no seu terceiro dia. A partir das 11h, serão ouvidas mais três testemunhas de defesa do réu no Fórum de Osasco, na Grande São Paulo. Depois, o policial será interrogado pela juíza Élia Kinosita Bulman, pelo promotor público Marcelo de Oliveira e por seu advogado de defesa, João Carlos Campanini.
O júri teve início na última segunda-feira (26), com o sorteio dos sete jurados, composto por quatro homens e três mulheres. No mesmo dia, quatro testemunhas prestaram depoimento, três delas arroladas tanto pela acusação quanto pela defesa. Ontem foram ouvidas três testemunhas de acusação – entre elas, vítimas e parentes de vítimas da chacina –, além de nove testemunhas de defesa, incluindo policiais militares que trabalhavam com Cristilder e que disseram que ele estava na base quando as mortes ocorreram.
O júri ocorre no Fórum de Osasco. O policial é acusado de ter trocado mensagens no celular com um guarda municipal para avisar sobre o inicio do horário da chacina. Além disso, ele teria dirigido um dos carros utilizado no crime e efetuado disparos com armas de fogo contra as vítimas. Ele é acusado tanto por homicídio quanto por tentativa de homicídio.
A expectativa é de que o julgamento termine amanhã, com debates da defesa e da acusação. Cada parte terpa uma hora e meia para argumentação, seguida pela possibilidade de réplica e tréplica. Só então o júri popular se reunirá para decidir se condena ou não o policial militar.
Acusados já julgados
No primeiro julgamento do caso, os sete jurados decidiram condenar os policiais militares Fabrício Emmanuel Eleutério e Thiago Barbosa Henklain, além do guarda civil Sérgio Manhanhã. O policial Fabrício Emmanuel Eleutério foi condenado à pena de 255 anos, 7 meses e 10 dias de prisão. O também policial Thiago Barbosa Henklain recebeu sentença de 247 anos, 7 meses e 10 dias. Já o guarda civil Sérgio Manhanhã foi condenado a 100 anos e 10 meses. As penas somam mais de 600 anos.
Os dois policiais foram acusados de terem disparado contra as vítimas e respondiam por todas as mortes e tentativas de assassinato. Já o guarda civil, segundo a acusação, teria atuado para desviar viaturas dos locais onde os crimes ocorreriam e foi denunciado por 11 mortes. Eles responderam por homicídio qualificado, por motivo torpe, com emprego de recurso que dificulta as perdas das vítimas e praticado por grupo de extermínio, além de responderem pelo crime de formação de quadrilha.
As mortes, segundo a acusação feita pelo Ministério Público, teriam ocorrido como forma de vingança pela morte de um policial militar e de um guarda civil naquela mesma semana.