As ONGs Médicos Sem Fronteiras e SOS Mediterraneé recuperaram nesta quinta-feira (29) 122 pessoas que navegavam à deriva num bote inflável em frente ao litoral da Líbia, conforme comprovou a Agência EFE, que está a bordo da embarcação de resgate Aquarius.
A embarcação precária saiu das praias da cidade da Al Zawara à meia-noite (horário local), quando o mar recuperou a calma após dias de fortes ventos na região, explicou à EFE um dos náufragos, de nacionalidade argelina.
“Ficamos na água por mais de dez horas. Graças a Deus vocês estão aqui, que Deus lhes proteja”, disse o argelino, que se identificou como Amin e contou ter saído há mais de um mês de sua residência em Argel.
Além da Argélia, os resgatados procedem de Marrocos, da Líbia, do Egito, da Gâmbia, do Senegal, de Guiné, Camarões, da Nigéria, Costa do Marfim, de Bangladesh e do Paquistão, e todos eles passaram um longo tempo nas mãos de traficantes de pessoas.
Viajavam no bote inflável 15 mulheres, e várias delas tiveram que ser atendidas no Aquarius por casos de fraqueza extrema e hipotermia, enquanto um cidadão líbio apresentava dois dedos infectados e parcialmente amputados.
As praias que se estendem entre Trípoli e a fronteira com a Tunísia se transformaram nos últimos dois anos no principal santuário das máfias que traficam seres humanos, apesar da presença de navios-patrulha europeus.
Segundo dados da Organização Internacional das Migrações (OIM), um órgão do Sistema ONU, mais de 171.635 imigrantes irregulares conseguiram chegar à Europa pelo Mediterrâneo em 2017, enquanto 3.116 desapareceram no mar.
Apenas no primeiro mês de 2018, 6.200 imigrantes conseguiram chegar às praias do Velho Continente e mais de 359 morreram na tentativa.