A Secretaria de Estado da Cultura iniciou discussões para comemorar o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922.

A antecipação justifica-se por ser a Semana um dos mais importantes eventos culturais de São Paulo e do Brasil, que revelou a sintonia do país com obras de vanguarda e com a efervescência do pensamento de um mundo que ainda absorvia as consequências da I Guerra Mundial. Outra data fundamental para o Brasil que será comemorada em 2022 é o Bicentenário da Independência. Não é difícil, portanto, prever a relevância que esse ano terá no calendário brasileiro e paulista.

Da Semana de Arte Moderna, que teve como local o Teatro Municipal de São Paulo, participaram artistas e pensadores cuja importância seria sentida no país ao longo de todo o século XX: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Villa-Lobos, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Menotti del Picchia e Graça Aranha, entre outros. Tarsila do Amaral, que passou a integrar o movimento após a Semana de 22 e tornou-se um ícone do modernismo brasileiro, também norteará, evidentemente, nossos trabalhos. 

É em homenagem a 1922 e a esses participantes que a Secretaria de Estado da Cultura se propõe a, desde agora, pensar eventos que estejam à altura da efeméride que se aproxima. Por isso, no primeiro semestre de 2018, temos a missão de planejar encontros com esta finalidade. Para tal, instituí uma comissão para elaborar um projeto de comemoração dos 100 anos da Semana de Arte Moderna, com integrantes de diversos setores da sociedade.

Porém, mais do que apenas comemorar o feito daqueles grandes artistas, queremos resgatar seu espírito visionário e propor a ousadia de buscar a inquietação estética que os movia. Queremos olhar o passado para pensar nosso futuro, nos diversos setores da cultura e do pensamento seja em manifestações presenciais, seja em suportes digitais e virtuais.

Com esses encontros, a Secretaria de Estado da Cultura terá o compromisso de pensar a arte contemporânea brasileira, sua diversidade e seus possíveis caminhos para o século XXI. O que nos representa culturalmente? Que pensamentos fundamentam a criação? Que novas rupturas já estão sendo ou deverão ser feitas? Como as novas tecnologias dialogam com a produção cultural? Como esta arte chega ao público? Estas são algumas questões que podem nortear esse importante debate.

 

*Secretário de Estado da Cultura