Hoje, por motivo de enfermidade, quero compartilhar um excelente texto (com adaptações) escrito por meu filho, Reverendo Lucas de Holanda Maracci, pastor na Igreja Presbiteriana do Tarumã, em Curitiba. Boa leitura.

Para todo lado que olhamos, em qualquer cidade que entramos, encontramos muitas igrejas evangélicas. Ligamos a televisão e são diversos os canais de igrejas falando de Deus o dia todo. A internet está forrada de páginas, perfis de redes sociais, vídeos e mais vídeos falando de Deus e do evangelho. Contudo, o que temos visto ser pregado na maior parte das vezes, é um “evangelho” sem compromisso, cheio de promessas de prosperidade, facilidades, tranquilidade, resolução de todos os problemas; um “evangelho” comercial e raso, que não ensina da necessidade de compromisso e intimidade com Deus. A fé é comercializada como um produto que resolve seus problemas e te garante vida sem problemas.

Porém, ao nos debruçarmos sobre as Escrituras encontramos algo um tanto diferente. Cristo nos promete sim bênçãos, e na obra de redenção O vemos ser morto na cruz sem culpa nenhuma, para que tivéssemos nossos pecados perdoados. Ele representava os Seus ali naquela cruz, na Sua morte e em Sua ressurreição. A salvação nos une a Cristo, pois Ele se fez como um de nós para que pudéssemos ser como Ele, um filho de Deus. Com Cristo recebemos a vitória sobre a morte e o pecado, a garantia da vida eterna e vida em abundância (Romanos 5.15 e João 10.10b). Ao entregarmos nossa vida a Jesus Cristo, não estamos mais apenas debaixo de uma graça comum que atinge a toda criatura, mas também da graça especial preparada por Deus para os Seus.

Cristo não era um ‘boa vida’, nem mesmo alguém que não vivia problemas e perseguições. Ele veio para servir, para se sacrificar e para morrer por aqueles que são alvos do Seu imenso amor. E quando nos vemos coparticipantes da obra de Cristo, devemos nos ver não somente como participantes das bênçãos conquistadas por Ele para nós, como também dos sofrimentos por Ele vividos em nome da causa do Reino de Deus.  

Devemos entender que somos chamados para sermos servos. Isto implica que estamos aqui para servir o Rei e não somente para nos sentarmos à mesa e comermos a comida que Ele nos oferece. Deus espera que O obedeçamos e nos comprometamos com Ele. Nosso desafio é permanecermos atentos, para não pensarmos que o cristão não passa por lutas ou dificuldades. Muito pelo contrário, se somos fiéis e diligentes na busca pela face de Deus, podemos ver no sofrimento a oportunidade de testemunharmos e crescermos no Senhor. Deus não nos promete um evangelho de facilidades, mas nos garante a vitória ao enfrentarmos provações.

 

*Pastor e missionário presbiteriano