Preocupações com as finanças geram estresse, diminuição da capacidade de focar no trabalho e absenteísmo, segundo recente pesquisa realizada em empresas dos Estados Unidos e Canadá. Lá, dois terços das corporações oferecem educação financeira para ajudar seus funcionários a gerenciar suas finanças pessoais.

Isso porque quatro em cada cinco empregadores têm consciência de que as questões financeiras são um tanto, muito ou extremamente impactantes no desempenho dos funcionários no trabalho. No Brasil, diversas empresas já oferecem palestras e cursos de educação financeira aos seus colaboradores.

Se você está com dificuldades financeiras, dívidas ou em situação de inadimplência, veja algumas orientações para não comprometer seu desempenho no ambiente de trabalho:

Administre bem seus ganhos

Quando pensar em ganhos, não se restrinja ao salário. Vales alimentação e refeição, bônus, participação nos lucros, 13º salário e até mesmo plano de saúde devem ser considerados e bem administrados.

Procure manter os gastos com almoços e no mercado dentro dos valores diários e mensais dos vales refeição e alimentação, para não ter que destinar parte do salário para tais despesas.

Caso esteja endividado ou inadimplente, não utilize rendas extras para quitar dívidas sem antes conhecer todos os seus débitos. Dê preferência aos de serviços essenciais (como água, luz e aluguel) e sobre as quais incidem mais juros, como cheque especial e cartão de crédito.

Atente-se ao empréstimo consignado

Os juros baixos do empréstimo consignado – em comparação a outras modalidades – se dão porque o pagamento está atrelado ao salário, com desconto em folha. Pode ser uma boa saída em caso emergencial, para conter uma dívida, mas ele pode não resolver o problema e levar a outros ainda maiores.

Isso porque o padrão de vida é diminuído drasticamente, com redução no salário que pode chegar a 35%. Faça uma boa reflexão e analise se o valor descontado não fará falta no pagamento dos compromissos essenciais mensais.

Faça um diagnóstico financeiro

Conheça exatamente o seu padrão de vida e economize para sair das dívidas. Isso mesmo, é preciso mudar hábitos e comportamentos que levaram a essa situação em primeiro lugar.

Faça um diagnóstico financeiro e veja de que forma gasta seu dinheiro e quais despesas pode reduzir ou eliminar para sair do endividamento e inadimplência. Anote por 30 dias (ou 90, se tiver renda variável) todos os seus gastos.

Sabendo o quanto poderá dispor mensalmente para pagar a divida, negocie então com banco e credores. Com os valores economizados de bônus, 13º salários e outras rendas extras, terá força para renegociar e quitar toda ou boa parte da dívida. 

Aproveite as horas livres

Em seu período de almoço e horas de descanso, procure se alimentar bem, praticar esportes, descansar e passar bons momentos com familiares e amigos. Ninguém está livre de passar por problemas assim, que são resolvidos com educação financeira, e tão importante quanto cuidar deles é preservar a sua saúde física e mental.

Reinaldo Domingos é Doutor em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin – www.abefin.org.br) e da DSOP Educação Financeira (www.dsop.com.br). Está a frente do canal Dinheiro à Vista, é colunista do InfoMoney e da Rádio Bandeirantes. Autor de diversos livros sobre o tema, como o best-seller Terapia Financeira.