O diretor de Gestão de Produto do Facebook, David Baser, reconheceu nesta terça-feira (17) que o Facebook usa suas diversas ferramentas de marketing para compilar dados de pessoas que não têm conta na rede social. Para ele, trata-se de uma prática comum no setor.

No texto, Baser comentou as “cerca de 40 perguntas” que o presidente da empresa, Mark Zuckerberg, deixou sem resposta em sua audiência perante o Congresso dos Estados Unidos na semana passada para esclarecer como a rede social assegura a privacidade de seus 2,1 bilhões de usuários.

O executivo tentou responder quatro delas. Ao tratar da questão “Quando o Facebook obtém dados sobre pessoas de outros sites ou apps?”, Baser afirmou:

 

“Quando você visita um site ou aplicativo que usa nossos serviços, nós recebemos informações, até quando você está desconectado ou não possui uma conta do Facebook.”

 

A coleta de dados pela rede social fora de sua plataforma é feita quando um internauta:

 

  • Em sites de outras empresas, “curte” ou “compartilha” algum conteúdo no Facebook;
  • Usa sua conta na rede social para se registrar em um site ou aplicativo;
  • Acessa um serviço que é cliente de anunciantes do Facebook.

 

De acordo com Baser, essa prática é habitual no setor e é feita por outras grandes empresas.

 

“Twitter, Pinterest e Linkedin têm botões de ‘curtir’ e de ‘compartilhar’ similares, para ajudar as pessoas a divulgarem coisas. De fato, a maioria das páginas da internet e aplicativos enviam a mesma informação para várias empresas a cada visita”, afirmou.

 

O diretor diz que o Facebook consegue incluir informações sobre endereço IP do usuário, navegador ou tipo de sistema operacional utilizado, “porque nem todos os sistemas e dispositivos operam com as mesmas caraterísticas”. Os dados são usados para que o Facebook melhore seu “conteúdo e publicidade”.

 

Os esclarecimentos foram dados após Zuckerberg ter ido ao Senado e à Câmara dos Representantes dos Estados Unidos para dar explicações pelo escândalo de Cambridge Analytica.

A consultoria política, que trabalhou para a equipe de Donald Trump durante a campanha presidencial norte-americana de 2016, usou as informações dos usuários do Facebook para desenvolver um programa destinado a antecipar as decisões dos eleitores para conseguir influenciá-los.