Em 1648, a batalha de Guararapes, ocorrida no morro de mesmo nome no município de Jaboatão dos Guararapes, no estado de Pernambuco revelou a gênese de nossa nacionalidade, sagrado ideal que reuniu brancos, índios e negros, conjurados livremente, para defender a Pátria e expulsar o invasor estrangeiro.

Assim nascia o Exército Brasileiro, instituição que hoje credita mais de 70% de confiabilidade de toda nação.

A história do Exército Brasileiro confunde-se com a formação da nossa nacionalidade, na exata medida em que a vida dos nossos soldados insere-se na sociedade a que servem e da qual provêm. O Exército que emergiu em Guararapes nunca esteve distante desse conceito. Exército que é o mais puro e fiel retrato de seu povo, pois, que foi construído, com simplicidade, altivez e pelo exemplo de homens e mulheres oriundos de todas as raças e camadas sociais. Exército, de glórias, desafios e sacrifícios como a de todo povo brasileiro.

Nossa Força Terrestre foi sempre a síntese da entrega total à Pátria, onde for necessária a presença do Estado Brasileiro, lá estará o soldado do Exército! Do Caburaí ao Chuí, do Acre à Ponta do Seixas.

Defendendo nossa soberania, vigiando a fronteira, distribuindo água, abrindo estradas, protegendo índios, preservando o meio ambiente, guardando as riquezas, dando assistência a população vítima de desastres ambientais e acima de tudo garantindo a lei e a ordem.

Vivemos um tempo, em que crises extensas e profundas trazem risco inédito aos sonhos de Guararapes. Apesar dos esforços dos Governos, o colapso da segurança pública nos cobra dezenas de milhares de vidas por ano; a aguda crise moral, expressa em incontáveis escândalos de corrupção, nos compromete o futuro; a ineficiência nos retarda o crescimento; a ausência, em cada um de nós, brasileiros, de um mínimo de disciplina social, indispensável à convivência civilizada; e uma irresponsável aversão ao exercício da autoridade oferece campo fértil ao comportamento transgressor e à intolerância desagregadora.

Essa crise fere gravemente a alma da nossa gente, ameaça nossa própria identidade nacional, deprime-nos o orgulho pátrio e, mais grave, embaça a percepção de nosso projeto de Nação, dispersando-nos em lutas por interesses pessoais e corporativos sobrepostos ao interesse nacional. Nossa gente não é assim e não merece isso!

Este momento tão grave exige do povo e de suas lideranças, a união de propósitos que nos catalise o esforço de regeneração, para restabelecer a esperança e a confiança que nos permita identificar nossos objetivos comuns e reconstruir, a partir daí, o sentido de projeto de Nação que nos legaram os heróis de Guararapes.

Não há atalhos fora da Constituição! O caminho a ser seguido requer a sinergia de todos. O País, seu povo e seu Exército não sucumbirão ao pessimismo e à desagregação. Somos feitos da mesma têmpera! Temos fé nos valores da democracia, na nossa gente, na resiliência que nos fez vitoriosos tantas vezes e na cordialidade que requer respeito às desigualdades e diferenças. Acreditamos na hierarquia e na disciplina, como preceitos fundamentais de um Exército verdadeiramente leal à sociedade a que serve e defende. Unamo-nos todos.

Reverenciamos a todos os soldados que fardados ou não, lutam com honra e coragem para vencer desafios diários e retornam ao seio de sua família com o sentimento do dever cumprido.

Atento ao que disse o historiador Gustavo Barroso: “Todos nós passamos. O Brasil fica; Todos nós desaparecemos, o Brasil fica. O Brasil é eterno. E o Exército deve ser o guardião vigilante da eternidade do Brasil”. 24 horas por dia, 7 dias por semana – O seu Exército nunca para.