O Palmeiras pedirá que o Tribunal de Justiça Desportiva convoque o diretor de arbitragem da Federação Paulista de Futebol, Dionísio Roberto Domingos, para depor. Imagens mostram que ele estava à beira do campo na final de domingo, no momento em que o árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza voltou atrás, oito minutos depois, na própria decisão de marcar pênalti contra o Corinthians.

Durante o intervalo de tempo entre o pênalti assinalado e a decisão de alterar a marcação para escanteio, Dionísio é abordado pelo técnico do Corinthians, Fábio Carille, e responde algo (veja no vídeo abaixo). No entendimento do Palmeiras, o diretor foi quem disse ao quinto árbitro que não teria sido falta de Ralf em Dudu dentro da área.

 
 
 
 
Veja toda a confusão do pênalti cancelado na final do Campeonato Paulista

Veja toda a confusão do pênalti cancelado na final do Campeonato Paulista

Em outras imagens, é possível ver o quinto árbitro correndo na linha lateral até o quarto árbitro, que em seguida se dirige a Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza dentro de campo.

Antes do jogo de ida, em Itaquera, vencido pelo Palmeiras por 1 a 0, os treinadores dos dois times, Carille e Roger Machado, tiveram uma conversa com o diretor de arbitragem na sede da FPF. Naquela partida, um jogador de cada lado (o corintiano Clayson e o palmeirense Felipe Melo) foi expulso após uma confusão generalizada em campo.

 

Dionísio conversa com Roger e Carille antes da primeira final (Foto: Rodrigo Corsi/FPF/Canon)

Dionísio conversa com Roger e Carille antes da primeira final (Foto: Rodrigo Corsi/FPF/Canon)

 

Para Paulo César de Oliveira, comentarista de arbitragem da TV Globo, a demora da equipe de arbitragem em mudar de decisão no jogo de volta (vencido pelo Corinthians por 1 a 0 no tempo normal e também na disputa por pênaltis) permite dúvidas sobre o procedimento adotado. Em sua opinião, porém, não houve pênalti em Dudu.

– A decisão final foi acertada. Realmente, não houve pênalti. Na minha interpretação, o toque foi na bola. Mas o procedimento não foi adequado. O Adriano (de Assis Miranda, quarto árbitro da partida) deveria ter agido imediatamente, não ter deixado passar todo esse tempo – disse, na última segunda-feira.

 

Palmeiras rompe com a federação

 

Logo depois da derrota na final, o presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, fez duras críticas à arbitragem e à FPF. No dia seguinte, enquanto ocorria a festa de premiação do campeonato (boicotada pelos oito palmeirenses eleitos para a seleção mais Roger Machado), a diretoria emitiu nota oficializando o racha com a federação.

Na carta, o dirigente faz uma série de exigências para que o clube dispute a próxima edição da competição no ano que vem. Entre elas, a implantação do árbitro de vídeo e a criação de um sistema de gravação e divulgação, quando houver necessidade, de toda comunicação entre os integrantes da arbitragem durante os jogos.