Aproximadamente 48% dos brasileiros não tem o hábito de ler as informações do rótulo dos alimentos – como ingredientes e tabela nutricional – e cerca de 52% dos que leem esses dados, 35% entendem apenas “mais ou menos” as informações, outros 14% dizem que entendem corretamente e 3% não entendem nada. A pesquisa promovida pelo *Datafolha contou com a participação de cerca de 2.573 pessoas em 160 cidades brasileiras.

Ler o rótulo dos alimentos é uma atividade a ser incorporada por todos, não é algo que se restringe para aqueles que buscam emagrecer, apresentam alguma intolerância ou restrição alimentar. Compreender o rótulo dos alimentos faz parte da Educação Nutricional da população, que se caracteriza como base do conhecimento para a prática de uma dieta saudável e equilibrada.
 

“O consumidor pode e deve ter conhecimento para ter suas próprias escolhas alimentares”, destaca Ana Paula Del’Arco, nutricionista e consultora da Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos). “A partir da Educação Nutricional a pessoa adquiri autonomia para poder escolher os alimentos que irão compor sua dieta, baseado em conhecimento e considerando sua cultura e seus hábitos, adotando hábitos alimentares saudáveis que irão contribuir para a melhora da qualidade de vida”, complementa a nutricionista.
 De olho no rótulo

As informações técnicas de um produto estão presentes na embalagem e são apresentadas por meio das informações nutricionais e da lista de ingredientes e são regidas por regras determinadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que devem ser rigorosamente cumpridas pelas empresas responsáveis pela fabricação do produto.

 
Destacamos as informações nutricionais obrigatórias no rótulo dos alimentos, que devem ser compreendidas pela população para que sejam úteis no momento das escolhas alimentares dos indivíduos:

A primeira informação que é apresentada na tabela nutricional é a porção.  Este item indica a quantidade recomendada que deve ser consumida daquele alimento. As informações nutricionais descritas são baseadas nesta quantidade, que está expressa em gramas (g) ou mililitros (ml) e também em medida caseira para facilitar o entendimento, como por exemplo, 1 colher de sopa, meia xícara de chá, etc.

Em seguida, as colunas se dividem em quantidade por porção e % VD (percentual de valores diários). Aqui são apresentadas as quantidades de calorias (valor energético) e dos nutrientes, que estão expressos em quantidades (calorias [kcal] ou kilojoules [kJ], gramas [g] ou miligramas [mg]) e também em percentual de valores diários (%VD).  Os percentuais de cada nutriente foram calculados dentro de uma dieta padrão de 2000 calorias, usada como referência para os valores diários.

“As necessidades diárias variam de acordo com cada indivíduo, de acordo com alguns parâmetros como idade, prática de atividade física, sexo, ou seja, deve ser considerada individualmente”, reforça Ana Paula.

A apresentação dos nutrientes na tabela nutricional respeita a seguinte ordem: carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans, fibra alimentar e sódio, além do valor energético, ou podem ser apresentadas em modelo linear, sem estar necessariamente em formato de tabela.

 
 
 
A lista de ingredientes é apresentada em forma de texto corrido, em ordem decrescente, conforme a quantidade de cada ingrediente. O primeiro ingrediente que consta na lista é sempre aquele que estará presente em maior quantidade no produto e o último é aquele que está em menor quantidade.
 
“Atualmente os consumidores estão mais atentos, críticos e questionadores em relação à alimentação, o que é extremamente positivo, para que possa haver maior entendimento e reflexão sobre o tema”, comenta Ana Paula. “Respeitar a individualidade de cada pessoa, sua compleição física, seus hábitos e estilo de vida é fundamental para que uma dieta seja de fato equilibrada e balanceada. Através da Educação Nutricional, o entendimento correto e efetivo do rótulo dos alimentos é possível”, destaca a nutricionista.