O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs nesta segunda-feira condicionar o acordo sobre o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta) a um endurecimento na aplicação das leis migratórias por parte do México.
“O México, cujas leis de imigração são muito estritas, deve evitar que as pessoas passem pelo México e entrem nos Estados Unidos. Devemos fazer disto uma condição para o novo acordo sobre o Nafta”, afirmou Trump em referência ao acordo que os EUA renegociam com México e Canadá.
“O nosso país não pode aceitar o que está acontecendo! Também devemos obter financiamento para o muro rápido”, acrescentou o presidente americano em sua conta no Twitter.
Trump fez estas declarações pouco depois de veículos de imprensa americanos informarem a chegada à Califórnia de 50 membros de uma caravana de imigrantes da América Central que durante semanas percorreu o México e acabou oficialmente seu percurso no início de abril na Cidade do México.
A caravana chegou a ser composta por 1.500 pessoas e, coincidindo com o seu avanço, Trump ordenou o desdobramento na fronteira com o México da Guarda Nacional, um corpo de reserva das Forças Armadas que atualmente tem cerca 900 membros na região, segundo dados da Patrulha Fronteiriça dos EUA.
A emissora “Fox” informou nesta segunda-feira a chegada de 50 centro-americanos ao território dos EUA e afirmou que outras “ondas” de imigrantes, compostas até por 500 membros, seguem seu caminho rumo ao norte.
O tweet de Trump, além disso, chega em um momento no qual as negociações do Nafta estão em sua reta final.
O secretário de Economia do México, Ildefonso Guajardo, previu na semana passada que “nas próximas duas ou três semanas” a negociação chegará a “uma zona de aterrissagem”; enquanto o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, afirmou em 14 de abril que confiava em conseguir um pacto “nas próximas poucas semanas”.
No entanto, Trump se mostrou menos impaciente para firmar um acordo e em meados deste mês afirmou que estava disposto a “negociar sem fim” e que o pacto podia ser alcançado tanto “em duas semanas” quanto em “três ou cinco meses”. EFE