As ações de combate ao mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya estão sendo intensificadas nesta sexta-feira (30), dia D de Combate ao Aedes aegypti e último dia da Semana Nacional de enfrentamento ao mosquito, que iniciou no domingo (25/11). A mobilização desse dia acontece de forma simultânea em diversas cidades do Brasil, com mutirões de limpeza e vistoria em casas e órgãos públicos, destacando a mensagem do ‘Sábado sem Mosquito’. No total, 210 mil unidades públicas e privadas de todo o país estão sendo mobilizadas, sendo 146 mil escolas da rede básica, 11 mil Centros de Assistência Social e 53 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS), além da população em geral.

“Queremos convocar toda a população para que nesse período de chuva e calor sejamos responsáveis para eliminar todo e qualquer recipiente que possa acumular água. Devemos tomar cuidado com as embalagens de presentes, de alimentos, latas e garrafas para que no período das chuvas eles não se tornem possíveis criadouros do Aedes. Precisamos de todos para vencer essa batalha”, explica o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Divino Martins. Ele ressalta a importância da população inserir o combate ao mosquito como parte da rotina. “A ideia é que todos tirem um dia, como o sábado, para eliminar possíveis criadouros do Aedes em casa e na rua”, explica Divino Martins.

A Sala Nacional de Coordenação e Controle (SNCC) do Ministério da Saúde orientou estados e municípios a realizarem atividades para instruir as comunidades sobre a importância da prevenção e combate ao mosquito. Todos os estados do país realizam ações nesta sexta-feira (30) e alguns exemplos das atividades planejadas são: blitz educativa em parceria com órgãos de trânsito em Rio Branco (AC); caminhada de mobilização e roda de conversa em Salvador (BA); Fórum Mobiliza DF no Distrito Federal; ações integradas nos municípios do Maranhão; e criação de 735 comitês de mobilização social em Minas Gerais e coleta seletiva de resíduos pelo Muro Inteligente.

A mobilização pretende mostrar que a união de todos, governo e população, é a melhor forma de derrotar o mosquito, principalmente nos meses de novembro a maio, considerados o período epidêmico para as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Neste período, o calor e as chuvas são condições ideais para a sua proliferação.

AÇÕES PERMANENTES

As ações de prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti são permanentes e tratadas como prioridade pelo Governo Federal. Desde a identificação do vírus Zika no Brasil e sua associação com os casos de malformações neurológicas, o governo mobilizou todos os órgãos federais (entre ministérios e entidades) para atuar conjuntamente, além de contar com a participação dos governos estaduais e municipais na mobilização de combate ao veto

Todas as ações são gerenciadas e monitoradas pela Sala Nacional de coordenação e Controle para enfrentamento do Aedes que atua em conjunto com outros órgãos, como o Ministério da Educação; da Integração, do Desenvolvimento Social; do Meio Ambiente; Defesa; Casa Civil e Presidência da República. A Sala Nacional articula com as Salas Estaduais e Municipais as ações de mobilização e também monitora os ciclos de visita a imóveis urbanos no Brasil, que são vistoriados pelos agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias.

Como o combate ao Aedes aegypti deve durar todo o ano, a interação entre diversos setores ajuda neste trabalho. Cada município é convidado a criar a sua sala de situação, seguindo o modelo das salas estaduais e nacional. Já foram instituídas 2.166 salas municipais em no país.

O Ministério da Saúde também oferece, continuamente, aos estados e municípios apoio técnico e fornecimento de insumos, como larvicidas para o combate ao vetor, além de veículos para realizar os fumacês, e testes diagnósticos, sempre que solicitado pelos gestores locais

Para estas ações, a pasta tem garantido orçamento crescente aos estados e municípios. Os recursos para as ações de Vigilância em Saúde, incluindo o combate ao Aedes aegypti, cresceram nos últimos anos, passando de R$ 924,1 milhões, em 2010, para R$ 1,93 bilhão em 2017. Este recurso é destinado à vigilância das doenças transmissíveis, entre elas dengue, zika e chikungunya e é repassado mensalmente a estados e municípios. Além disso, desde novembro de 2015, foram destinados cerca de R$ 465 milhões para pesquisas e desenvolvimento de vacinas e novas tecnologias. Neste ano, o orçamento destinado para as ações de vigilância em saúde é de R$ 1,9 bilhão.

 

CAMPANHA

Desde o dia 13 de novembro, circula em todo o país a nova campanha publicitária de combate ao mosquito Aedes aegypti, que tem como objetivo mobilizar toda a população sobre a importância de intensificar, neste período que antecede o verão, as ações de prevenção contra o mosquito. Com o slogan “O perigo é para todos. O combate também. Faça sua parte. Com ações simples podemos combater o mosquito“, a campanha ressalta que a união de todos, governo e população, é a melhor forma de derrotar o mosquito, e que a vigilância deve ser constante.

Juntamente com a campanha, o Ministério da Saúde tem divulgado em suas redes sociais informações de orientação e vídeos tutoriais no Youtube que orientam a população a realizar as vistorias em casas, prédios e espaços abertos. São técnicas simples que a população pode fazer.

DADOS EPIDEMIOLÓGICOS

DENGUE – Até 10 de novembro, foram notificados 228.042 casos de dengue em todo o país, um pequeno aumento em relação ao mesmo período de 2017 (226.675). A taxa de incidência, que considera a proporção de casos por habitantes, é de 109,4 casos/100 mil habitantes. Em comparação ao número de óbitos, a queda é de 21% em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de 173 mortes em 2017 para 136 neste ano.

CHIKUNGUNYA – Até 10 de novembro, foram notificados 82.382 casos de chikungunya em todo o país, redução de 55% em relação ao mesmo período de 2017 (183.281). A taxa de incidência, que considera a proporção de casos por habitantes, é de 39,5 casos/100 mil habitantes. Em comparação ao número de óbitos, a queda é de 81% em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de 183 mortes em 2017 para 35 neste ano.

 

 ZIKA – Até 10 de novembro, foram notificados 7.544 casos de zika em todo o país, redução de 54% em relação ao mesmo período de 2017 (16.616). A taxa de incidência, que considera a proporção de casos por habitantes, é de 3,6 casos/100 mil habitantes. Neste ano, foram dois óbitos por Zika.