A Polícia Civil apreendeu nesta terça-feira (18) uma mala com dinheiro e armas na casa do médium João de Deus, preso suspeito de abusos sexuais, em Abadiânia. Na Casa Dom Inácio de Loyola, que também foi alvo de buscas feitas pela corporação, foram apreendidos recibos e outros documentos.
A corporação não divulgou quantas e quais armas foram encontradas na casa do médium e nem qual o valor total em dinheiro que foi encontrado no local. O material foi encaminhado para a Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), unidade responsável pelas investigações.
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Durante as buscas no centro em que o médium atendia, os investigadores também estiveram na sala onde aconteceriam os abusos. Em depoimento, o médium afirmou que possui uma sala na Casa Dom Inácio de Loyola, cuja porta é transparente. Ele declarou que “nunca trancou a porta para atendimentos e, muitas vezes, é o atendido quem a tranca”.
De acordo com João de Deus, a sala também possui um sofá, um local para refeição e um banheiro. Ele contou também que há duas janelas na sala, uma geralmente fica aberta e a outra fechada. “Outras pessoas podem visualizar o interior [da sala] do exterior”, afirma o suspeito.
Diante dessas declarações, a polícia fez imagens do local para poder confrontar com todos os depoimentos colhidos.
Os mandados de buscas e apreensões foi expedido junto com o pedido de prisão do médium. Esta foi a primeira vez que a Polícia Civil entrou na Casa desde que as denúncias de abuso sexual começaram a surgir.
De acordo com a Polícia Civil, durante as buscas feita na Casa Dom Inácio de Loyola, foram encontrados recibos de cursos superiores que seriam pagos por ele a vítimas. A corporação não divulgou detalhes sobre os supostos pagamentos. Além disso, apreenderam mapas que mostram o quanto a casa aumentou de tamanho nos últimos anos.
O advogado de defesa Alberto Toron informou que não foi comunicado sobre as buscas feitas na casa de não tem conhecimento do objetivo da ação. A administração da Casa Dom Inácio de Loyola informou que o local seguiu aberto e vai manter o funcionamento normal durante a semana.
João de Deus — Foto: Reprodução/TV Globo
João de Deus teve a prisão decretada na sexta (14) a pedido da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO), que investigam os relatos de abuso sexual durante atendimento na Casa Dom Inácio de Loyola. No domingo, ele se entregou à polícia em uma estrada de terra em Abadiânia.
O médium prestou depoimento na noite de domingo, durante três horas. João de Deus afirmou à Polícia Civil que, antes de as denúncias de abuso sexual virem à tona, foi ameaçado por um homem, por meio de uma ligação de celular. Além disso, negou os crimes e que tenha movimentado R$ 35 milhões nos últimos dias.
O advogado Alberto Toron entrou com um pedido de habeas corpusna segunda-feira (17). O defensor também citou como alternativas possíveis uma prisão domiciliar e uso de tornozeleira eletrônica. No entanto, a Justiça negou a liberdade na terça-feira (18).