Aos 58 anos, ela recebeu o diagnóstico de hipertensão, colesterol alto, artrose e pré-diabetes. A orientação médica? Praticar atividade física. A história terminaria aí para a maioria das pessoas. Mas não, para Aparecida de Fátima Pereira Viana, mais conhecida como dona Fátima. Foi só o estímulo para praticar corrida e conquistar vários títulos. Dentre eles, o 1º lugar na 94ª Corrida Internacional de São Silvestre, na categoria 60-64 anos, concluindo a prova de 15 km com o tempo (líquido) de 1 hora, 18 minutos e quatro segundos.

Falar da conquista deixa dona Fátima emocionada, principalmente pelo contexto. Ao terminar a corrida, acompanhado do treinador Edcarlos Barbosa dos Santos, os dados de dona Fátima não foram registrados. A filha Beatriz Viana, que cronometrou o desempenho da mãe, entrou em contato com a organização da prova, posteriormente. A situação foi revista e em poucos dias, o 1º lugar e o nome Aparecida de Fátima Pereira Viana já constava no resultado final. Foi a segunda vez que ela participou da prova. Na primeira vez, em 2017, ela já havia ficado entre as top 10.

As boas classificações são fruto de muito treino, disciplina e comprometimento. A corrida matinal diária dela já é bem conhecida pelos dracenenses que residem ou trabalham na área central. No dia da entrevista, ela já havia corrido 10 quilômetros.

A rotina de dona Fátima já pode ser considerada uma maratona. Após a corrida, ela começa a trabalhar às 8h numa grande loja de rede. Após o expediente, tem mais treino: academia duas vezes na semana e nos outros dias uma corrida mais leve, como ela diz, afinal, às 18h, ela começa a trabalhar num supermercado no centro da cidade. O serviço doméstico é realizado à noite ou quando ela acha mais conveniente já que sábado é dia de treino mais longo e as competições são realizadas aos domingos. A mania de organização e as “desculpas” para não sair de casa, acabaram no dia que ela sentiu o prazer de correr, fazer amigos e conhecer lugares diferentes. “Todas as corridas são importantes, entro de cabeça, focada na prova, pensando em Deus e na minha mãe, que já faleceu”, revelou.

Dona Fátima conta com o apoio do marido, de amigos e da filha Beatriz, que é professora de Educação Física e praticou atletismo desde a infância. “Agradeço a todos e, se Deus quiser, novos títulos virão neste ano”, finalizou.

A atleta durante competição (Acervo pessoal/Fátima Viana)