A alimentação saudável é um dos pilares para se ter uma boa qualidade de vida. Por isso, é importante conhecer o tratamento dado aos alimentos desde que são cultivados até o momento em que são consumidos. Foi estudando esses processos e os efeitos da utilização de produtos químicos neles, que a agricultura orgânica começou a ser praticada.
“Esse modelo de cultivo valoriza e cuida de toda a cadeia alimentar, desde o equilíbrio do meio ambiente, onde esses alimentos são cultivados, até a chegada para o consumidor”, diz Cintya Bassi, nutricionista do Grupo São Cristóvão Saúde. Um estudo americano demonstrou que produtos orgânicos podem conter até 40% a mais de antioxidante que os convencionais, e isso se deve ao fato de que eles acionam suas defesas naturais com maior frequência pra combater ataques diversos. São esses antioxidantes que auxiliam no combate ao envelhecimento do organismo.
Os benefícios, como o maior teor de vitaminas e minerais, o sabor acentuado, o maior valor nutricional e a ausência de resíduos que aumentam o risco de problemas de saúde, providos por alimentos orgânicos, vêm da isenção dos seguintes produtos em seus cultivos:
- Adubos químicos;
- Agrotóxicos;
- Radiação ionizante;
- Aditivos químicos (corantes e emulsificantes).
Segundo Cintya, uma maneira de diminuir a exposição ao agrotóxico na hora do consumo é por meio da imersão do alimento por um período de 20 minutos em uma mistura de água com hipoclorito de sódio.
Para saber se um alimento foi cultivado de maneira orgânica, basta procurar pelo selo Orgânico Brasil, que é concedido pelo Sistema Brasileiro de Conformidade Orgânica (SISORG), órgão que fiscaliza e credencia esses produtos. Também é possível encontrar no site do Ministério da Saúde e no Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) os locais e feiras cadastrados para a venda desse tipo de alimentos.
Permitido por lei
O Brasil está entre os maiores consumidores de agrotóxico no mundo e ainda utiliza diversos produtos já proibidos em outros países. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), identificou que cada pessoa consome cerca de 7,3 litros desses químicos por ano, o que pode estar relacionado com o desenvolvimento de alguns problemas, como:
- Tontura;
- Náuseas;
- Reações cutâneas;
- Aumento da incidência de aborto espontâneo;
- Doenças neurológicas e mentais;
- Distúrbios de comportamento;
- Infertilidade;
- Parkinson;
- Endometriose;
- Aumento da incidência de câncer.
Apesar desses resultados, existe um limite considerado seguro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Essa quantidade varia de acordo com o tipo de agrotóxico e de alimento, mas costuma ser maior do que as permitidas em outros países desenvolvidos.