A chuva está fazendo muita falta para todos de maneira geral, para os produtores agrícolas que dependem dela para a produção prosperar nem se fale.
O professor doutor Ronaldo Cintra Lima, da UNESP/FCAT – campus de Dracena -responsável pela Estação Climatológica instalada no campus fez um levantamento a pedido do Jornal e Portal Regional sobre as chuvas e as altas temperaturas.
Conforme o comparativo dos dados meteorológicos de precipitações pluviométricas (chuvas), analisado pelo professor coletados em dois meses de épocas diferentes, dezembro de 2017 (250,4 mm) e dezembro de 2018 (91,2 mm), e entre janeiro de 2018 (176,0 mm) e janeiro deste ano (112,8 mm), se observa acentuadas reduções de precipitação, de 74% e 36% entre as diferentes épocas.
Professor Ronaldo Cintra prosseguiu explicando que em análise entre os anos de 2017 e 2018, verifica-se que em 2017 as precipitações alcançaram valores de 1.728,8 mm, contra apenas 1.173,6 mm em 2018, com uma diferença de 555,2 mm menor. “Se considerar a média histórica anual dos últimos 12 anos de 1.396 mm (Estação Meteorológica da FCAT/UNESP), verifica-se que houve um déficit hídrico para o ano de 2018 na ordem de 16% abaixo da média”.
Com a escassez de chuvas, falta de nebulosidade, dias de céu limpo, as temperaturas máximas registradas vêm atingindo graus cada vez maiores. O calorão está incomodando muito, a cada ano, nota-se pelo levantamento do professor Ronaldo Cintra que dezembro de 2017 atingiu máxima de 35,3°C avançado para 38,2°C em dezembro do ano que passou. Já o ‘janeirão’ de 2018 teve máxima de 37,1°C e o deste ano, conforme a Estação Meteorológica da Unesp, atingiu 39,0°C.
O termômetro na Praça Arthur Pagnozzi registrou no mês passado, temperaturas acima da casa dos 40°C, foram dias de calor insuportável.
O doutor Ronaldo Cintra explica que tais efeitos das altas temperaturas foram em virtude das menores precipitações e ausência de nuvens observadas nos dois meses. No entanto, segundo ele, estes efeitos meteorológicos tendem continuar a se repetir para os próximos dias, caso as precipitações pluviométricas não se regularizem aos níveis normais, com 10 dias passados do mês de fevereiro, contabilizou-se apenas 3,8 mm de precipitação pluviométrica para uma expectativa média mensal para o mês de 166,8 mm, e temperaturas máximas do ar chegando aos 38,9°C.
Na terça-feira que passou houve uma rápida chuva na cidade e ontem, 13, o dia até que foi mais fresco se compararmos aos últimos das semanas anteriores. A Estação da Unesp registrou 9.8 mm e na Cati – regional Dracena, a informação foi que choveu apenas 2 mm, na terça no meio do dia. O último chuvisco no município ocorreu segundo a Cati, no dia 5 deste mês, 2 mm.
Câncer de Pele: radiação ultra-violeta na cidade atinge índices extremos
O levantamento feito pelo professor Ronaldo Cintra ainda citou os Índices de Radiação Ultra-Violeta (UV-B). Segundo ele, tem ficado bem acima dos índices da região, que variam entre 08 – 12. “Isso vem ocorrendo em função da ausência de chuvas (nuvens) e alta incidência luminosa durante os períodos já citados, ou seja, tem atingido dados extremos, chegando ao índice 16, em uma escala que varia de 1 – 16”, pontua o professor.
Diante destes valores a população deve ter cuidados redobrados, com uso de protetores de pele com fator de proteção adequados (filtros solares), evitar que a pele fique exposta a essas radiações, para não sofrer queimaduras tão pouco o desenvolvimento de câncer.
Estação Climatológica Automática da FCAT/UNESP opera há 13 anos
A Estação Climatológica Automática “EMA” da FCAT/UNESP (Posto Meteorológico) instalada no interior do campus da universidade fica a uma altitude de 421m, tendo como a localização de referência as coordenadas geográficas, latitude de 21º 29´ S e longitude de 51º 52’ W.
A Estação Climatológica da Unesp de Dracena iniciou a operação em agosto de 2006, contemplado por projeto de apoio concedido pela FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Ronaldo Cintra informa que contam com um banco de dados climáticos por mais de 12 anos. “Ao logo deste período o Posto Meteorológico da FCAT ampliou convênios, com EMA operada pelo INMET, e parceria com a FE/UNESP Campus de Ilha Solteira, ampliando o número de equipamentos e melhorando a confiabilidade na aquisição de dados climáticos”.
Rotineiramente nas EMA’s as variáveis climáticas são adquiridas e armazenadas em centrais Datalogger, por meio de coletada de sensores eletrônicos de alta precisão, com opções de serem programadas para aquisição e disponibilização dos dados a cada cinco minutos, hora e diariamente (24h), como: temperatura e umidade relativa do ar, precipitação pluvial, radiação global, velocidade e direção do vento, etc. Segundo ele: “Essas variáveis (dados) servem como ferramenta para dar suporte a diversas atividades agropecuárias, planejamento das cidades, em atividades de ensino, pesquisas científicas extensão, de informação a população sobre os eventos climáticos ocorridos no tempo”.
O uso das Estações Meteorológicas Automáticas tem os seguintes objetivos: Aprimorar os conhecimentos e estimular a participação de alunos de escolas agrícolas, escolas de 1º e 2º Graus públicas e privadas, bem como alunos dos cursos de graduação e pós-graduação da UNESP/FCAT; dar oportunidade aos alunos de conhecer e operar os instrumentos agroclimatológicos; contribuir com desenvolvimento regional, de forma a disponibilizar em endereços eletrônicos todos os acontecimentos meteorológicos em banco de dados ao logo do tempo.