A fachada da Escola Estadual Raul Brasil, que nos últimos dias se tornou um mural em homenagens às vitimas do massacre do último dia 13, em Suzano, ganhou uma cara nova nesta segunda-feira (25).

Voluntariamente, um artista plástico do Guarujá fez o grafite com imagens dos alunos e funcionários mortos a tiros.

  • Caio Oliveira, de 15 anos;
  • Claiton Antônio Ribeiro, de 17 anos;
  • Douglas Murilo Celestino, de 16 anos;
  • Kaio Lucas da Costa Limeira, de 15 anos;
  • Samuel Melquíades Silva de Oliveira, de 16 anos;
  • Marilena Ferreira Vieira Umezo (coordenadora), de 59 anos;
  • Eliana Regina de Oliveira Xavier, de 38 anos (inspetora)
Pintura de Marilena Ferreira Umezu foi a primeira a ser feita por artista plástico no muro da Escola Raul Brasil após massacre em Suzano — Foto: Maiara Barbosa/G1

Pintura de Marilena Ferreira Umezu foi a primeira a ser feita por artista plástico no muro da Escola Raul Brasil após massacre em Suzano — Foto: Maiara Barbosa/G1

Ao longo da manhã, as frases que pediam paz, as mãos dos alunos de outras escolas pintadas que se solidarizaram com a dor, foram sendo preenchidas por uma tinta branca.

A reforma foi uma iniciativa de Francisco Kleison, que trabalha com pinturas especiais no Guarujá, litoral de São Paulo. “A gente se sensibiliza com a dor de todos e quis ajudar da maneira que podia. Por isso, procurei a diretoria da escola semana passada, eles gostaram da ideia e disseram que iam pedir a autorização da Secretaria Estadual da Educação. Eles aprovaram e vim com um funcionário fazer a pintura.”

Antes mesmo de terminar os desenhos, o projeto de Francisco já chamava a atenção dos vizinhos. Quem passava pela rua registrava a mudança em fotos. Até mesmo os motoristas diminuíam a velocidade para olhar a nova fachada da Raul Brasil.

Muro da Escola Raul Brasil começou a receber rostos de vítimas na manhã desta segunda; escola em Suzano foi palco de massacre — Foto: Maiara Barbosa/G1

Muro da Escola Raul Brasil começou a receber rostos de vítimas na manhã desta segunda; escola em Suzano foi palco de massacre — Foto: Maiara Barbosa/G1

Thallys Henrique dos Santos é estudante e se surpreendeu com o desenho. “O que aconteceu, apesar de ser triste, tem que ser lembrado. Isso é uma forma de evitar que se repita. Espero também que não destruam esse trabalho.”

Já a autônoma Maria Aparecida Monreal fez questão de fotografar o grafite. “Custa a gente acreditar no que aconteceu, mas o trabalho dele é fantástico. Desse jeito a gente sabe que eles continuam aqui com a gente. A dor é só o tempo para curar, mas é uma boa maneira de relembrar.”

Do lado direito, as outras vítimas foram eternizadas em preto e branco para simbolizar o luto. Já o fundo da imagem é colorido, para lembrar a alegria. O trabalho ficou completo com asas de anjos em volta das vítimas.

Vítimas de massacre na Raul Brasil, em Suzano, foram retratadas em preto e branco no muro da escola — Foto: Maiara Barbosa/G1

Vítimas de massacre na Raul Brasil, em Suzano, foram retratadas em preto e branco no muro da escola — Foto: Maiara Barbosa/G1

O ataque

A investigação aponta que, depois que foram encurralados pela polícia, um dos assassinos matou o comparsa e, em seguida, se suicidou.

A polícia e o Ministério Público tentam identificar se mais pessoas estão envolvidas no massacre de Suzano. No dia 19 de março, um adolescente de 17 anos foi apreendido por suspeita de ter ajudado a planejar o ataque.

Dos onze feridos no massacre, apenas um segue internado. Anderson Carrilho de Brito, de 15 anos, está na enfermaria do Hospital das Clínicas de São Paulo em situação estável.

Ataque em escola de Suzano  — Foto: Juliane Monteiro/G1

Ataque em escola de Suzano — Foto: Juliane Monteiro/G1