Março começou mais doce para 15 reeducandas da Penitenciária Feminina de Tupi Paulista que, no primeiro dia do mês, tiveram a oportunidade de participar do Projeto: “Bombons dos Sonhos! Qualidade e Amor”, executado nas instalações da Padaria Artesanal do presídio. Buscando a valorização humana, reintegração social e ressocialização das participantes, que cumprem pena na Ala de Regime Semiaberto da unidade, a estudante de psicologia Vanessa Maria Ferrari Reverte foi até o local para ministrar o curso, que envolveu palestra motivacional, além de teoria e prática na confecção de bombons artesanais.
Em um período de seis horas, cada aluna recebeu forminhas, orientações e receitas para confeccionar os doces. No intervalo de espera do esfriamento do recheio dos bombons, elas foram envolvidas numa palestra motivacional, com roda de conversa, dinâmica e interação, visando conscientizar sobre a capacidade e competência de cada uma delas para trabalhos como este quando deixarem de cumprir pena.
Aprendizado multifocal
Além da técnica do confeito dos bombons, as alunas puderam degustar a produção e aprenderam sobre economia financeira e de material, pesquisa de preços, economia de água e reciclagem de embalagens. “A participação no projeto atribui aspectos de responsabilidade diante de cada ato do ser humano. Também fazem elas entender que podem recomeçar e que não estão desacreditadas, assim como podem ir em busca de projetos futuros e diminuir o prognóstico de retornar a reincidir,oportunizando o enfrentamento no mercado de trabalho com a produção e vendas destes doces”, explicou a diretora geral da penitenciária Adriana Alckmin Pereira Domingues.
A ideia é trazer meios de ajudar as participantes na jornada de vida que se iniciará após o cumprimento da pena. “Projetos socializadores devem estar sempre sendo elaborados no intuito de colaborar para uma construção social e humana. É um trabalho árduo e minucioso, com efeitos em médio e longo prazo, mas a persistência e determinação faz da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) um modelo e um caminho para uma sociedade menos preconceituosa, equilibrada e igual. Assim, o cumprimento de pena será um período, não apenas de punição, mas de construção de conhecimento, humanidade e novas possibilidades.