A qualidade do sono depende de vários fatores: estresse, alimentação à noite, ruídos na vizinhança, mas também e, principalmente, da escolha do colchão mais adequado ao corpo. Acertar na escolha é importante, já que em um terço de nosso dia estamos deitados em um colchão. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma pessoa de 71 anos, por exemplo, passou pelo menos 23 anos dormindo.
De acordo com o médico ortopedista Vitor Trazzi, especialista da Altacasa Clínica Médica, na capital paulista, muitas pessoas sentem dores nas costas ao se levantar de manhã ou já acordam cansadas por causa do colchão errado. Há indivíduos também que têm problemas na coluna e, nestes casos, é preciso redobrar a atenção. Por isso, a consulta a um ortopedista é sempre recomendável.
“Um colchão de boa qualidade é capaz de melhorar ou prevenir dores nas costas e no pescoço. O colchão é responsável por acomodar e relaxar o nosso corpo, colaborando para uma boa noite de sono profundo. A qualidade do colchão – e também a do travesseiro – influencia diretamente na qualidade do sono e, por consequência, na qualidade de vida. É preciso levar em consideração o peso, altura e o jeito de dormir de cada pessoa na hora de escolher o colchão e o travesseiro”, ressalta o ortopedista.
A escolha do melhor colchão, segundo o médico, também depende do tipo de cuidado que cada um precisa ter com partes do corpo que mais geram incômodos. Quem costuma sentir dores nos ombros ou nas articulações, por exemplo, deve optar por colchões mais macios. Já aqueles que precisam cuidar mais da região lombar da coluna vão se beneficiar de colchões mais rígidos, até mesmo os ortopédicos.
O dr. Vítor ressalta que é essencial analisar a densidade do colchão na hora da compra. “É preciso que o colchão dê uma boa sustentação. O colchão muito macio não dá essa sustentação, o que pode ocasionar dores na coluna ao longo do dia. É sempre bom consultar um ortopedista para que ele indique opções, de acordo com as necessidades de cada pessoa, ou de problemas específicos de saúde. Além disso, o produto precisa ter o registro da Anvisa, que garante a qualidade dos colchões”, explica o médico.
Para quem já tem problemas na coluna, a recomendação é o colchão ortopédico. O ortopedista destaca, porém, que muitas pessoas têm dificuldade de se adaptar a esse modelo. “Muitos tentam usar o ortopédico e não conseguem, porque ele é realmente muito mais duro. Um modelo intermediário ou até o de molas costumam acomodar mais facilmente o corpo para a maior parte das pessoas. O colchão ideal é aquele que oferece uma boa sustentação do corpo, acompanhando a curvatura natural da coluna e suportando confortavelmente todas as partes do corpo, sem afundar muito, mas proporcionando o maior conforto possível”, explica o especialista.
O ortopedista faz também um outro alerta: o colchão de mola tem uma vida útil de aproximadamente oito anos. O de espuma tem validade menor, algo em torno de quatro a cinco anos. Quando o colchão começa a ter deformidades, perdendo a forma original, é sinal de que talvez está na hora de providenciar a troca por um novo.
Travesseiros
Vitor Trazzi ressalta que, além do colchão certo, o uso de travesseiros apropriados também é fundamental para um sono equilibrado. “A vida média de um travesseiro é de dois anos. A altura depende de como a pessoa dorme; se por exemplo, ela normalmente repousa de costas, um travesseiro baixo é mais indicado. Mas se ela dorme de lado, um travesseiro mais alto é necessário para manter a cabeça reta, em conformidade com o restante do corpo, a fim de evitar deformidades da coluna cervical”, conclui o médico.