O aumento do número de cesarianas realizadas no mundo preocupa a Organização Mundial da Saúde. No Brasil, no ano que passou, o Ministério da Saúde criou um sistema de monitoramento online para acompanhar a quantidade de partos cesáreas nos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). A medida visa reduzir a realização desse tipo de procedimento quando desnecessário.

Objetivo é que a equipe e gestante discutam o plano de parto para que seja feita a escolha pelo melhor tipo de procedimento que não coloque em risco a vida da mãe e do bebê.

Em 2017, foram realizados 2,7 milhões de partos no país. Considerando apenas partos nos serviços de saúde públicos, o número de partos normais é maior, sendo 58,1% e 41,9% de cesarianas.

No mesmo ano, na Santa Casa em Dracena, segundo balanço obtido através de solicitação do JR e Portal Regional, ocorreram 556 partos no total. Pelo SUS foram 30 partos normais enquanto que cesáreas atingiram o número alto de 296. Partos custeados por convênio foram 3 normais e 108 cesáreas, particular foram 2 normais e 117 cesáreas.

No ano que passou, o hospital registrou no geral 540 partos, 16 a menos que 2017. Nota-se que o número de cesáreas tanto pelo SUS quanto aos demais sistemas de custeio dos partos continuaram bem maiores que em relação aos normais. Foram 33 partos normais pelo SUS enquanto cesáreas 288; por convênio 7 normais e 105 cesáreas; particular 1 normal e 106 cesáreas.

CONFIRA OS GRÁFICOS

DEMONSTRATIVO DE PARTOS NORMAIS E CESÁREAS 2017
CATEGORIANORMAISCESÁREASTOTAL
S.U.S. | Sistema Único de Saúde30296326
Convênio03108111
Particular02117119
TOTAL GERAL35521556

 

DEMONSTRATIVO DE PARTOS NORMAIS E CESÁREAS 2018
CATEGORIANORMAISCESÁREASTOTAL
S.U.S. | Sistema Único de Saúde33288321
Convênio07105112
Particular01106107
TOTAL GERAL41499540

Fonte: Administração Santa Casa Dracena

Recomendações da OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu no ano que passou novas diretrizes para estabelecer padrões de atendimento globais para mulheres grávidas saudáveis e reduzir intervenções médicas desnecessárias, nas quais recomenda que as equipes médicas e de enfermagem não interfiram no trabalho de parto de uma mulher de forma a acelerá-lo, a menos que existam riscos reais de complicações.

Na nova recomendação sobre nascimentos e partos, emitida no dia 15 de fevereiro de 2018, a OMS vem pôr em causa orientações que foram adotadas durante décadas e que indicavam que um trabalho de parto que progride com uma taxa de dilatação do colo do útero menor do que um centímetro por hora não seria considerado normal. Perante este cenário, muitas vezes, as mulheres recebem oxitocina para acelerar o trabalho de parto ou acabam por ser encaminhadas para cesarianas ou para trabalhos de parto com fórcipes.

Na sua nova orientação, a OMS pediu a eliminação da referência à dilatação cervical de um centímetro por hora e enfatiza que uma taxa de dilatação cervical mais lenta por si só não deve servir de indicação para acelerar o parto ou o nascimento.

“Pesquisas recentes mostraram que esta linha não se aplica a todas as mulheres e que cada nascimento é único”, indicou Olufemi Oladapo, do Departamento de Saúde Reprodutiva da OMS.

A recomendação vai no sentido de indicar que esse limite de um centímetro de dilatação «não deve ser usado para identificar as mulheres em risco».

Embora a taxa de cesariana varie de acordo com a região do mundo, a OMS vê um aumento geral nesta prática, «que considera perturbador». A OMS também está preocupada com as intervenções usadas anteriormente para evitar partos complicados se terem tornado comuns.

A nova recomendação reconhece que cada trabalho de parto é único e que a duração da primeira etapa do processo varia de uma mulher para outra. (Com informações Serviço Nacional de Saúde)