Neste mês, a campanha Abril Marrom tem o objetivo de alertar sobre os cuidados necessários para a prevenção da cegueira, além da importância de buscar um diagnóstico médico ainda na infância para evitar a condição. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 80% dos casos poderiam ser evitados ou tratados caso fossem diagnosticados com mais antecedência.
A cegueira infantil
A visão, desde o nascimento, é responsável por 85% das informações processadas pelo cérebro. Por isso, é preciso ter máxima atenção também com a saúde dos olhos dos bebês durante toda sua formação. Além disso, as mães devem ter uma gestação saudável, mantendo uma alimentação rica em ácido fólico e vitaminas do complexo B. Estes cuidados complementam a formação do sistema nervoso e dos olhos da criança.
“Alguns problemas podem ser identificados e prevenidos logo após o nascimento da criança, como micro-organismos advindos do canal do parto, catarata congênita e algumas alterações retinianas”, explica o Dr. Fabio Pimenta de Moraes, especialista em estrabismo e oftalmopediatria do Grupo H.Olhos. Com base nas estimativas da Agência Internacional de Prevenção à Cegueira, existem cerca de 29 mil crianças cegas no Brasil.
Compromisso do hospital
Após o nascimento do bebê, é necessário realizar a higienização correta e imediata da área externa dos olhos. O nitrato de prata, utilizado na forma de colírio, é usado para exterminar quaisquer micro-organismos e bactérias. Esse procedimento é obrigatório e deve ser seguido por todos os hospitais do Brasil.
O teste do olhinho (teste do reflexo vermelho) também deve ser realizado na maternidade. O exame é capaz de analisar o globo ocular do bebê por meio de um oftalmoscópio, equipamento dotado de lentes e um foco de luz que reflete diretamente na retina, tornando possível uma avaliação inicial sobre a saúde dos olhos.
Cuidado em casa
“O recém-nascido não consegue manter os olhos muito abertos e não responderá de imediato a alguns estímulos visuais, com o crescimento vai se manter cada vez mais atento e perceptivo. O cuidado e atenção dos pais são essenciais durante toda a fase de crescimento, estando sempre atentos caso os bebês apresentem reações diferentes ao esperado, como evitar olhar em determinada posição e girar a cabeça para focar e procurar pessoas ou objetos e também, um movimento constante de “vai-e-vem” dos olhos, como um tremor, que pode ser diagnosticado como nistagmo. Outras doenças também podem ser percebidas nesta fase inicial de desenvolvimento das crianças e devemos observar, principalmente, a posição dos olhos e se a criança apresenta dificuldades para enxergar”, afirma o Dr. Fabio.
Dicas do especialista:
A atenção com os olhos deve começar desde o nascimento, com a realização do teste do reflexo vermelho (Teste do Olhinho), capaz de identificar catarata congênita e alguns problemas retinianos. Uma avaliação de rotina com um oftalmologista também é recomendada durante os primeiros três meses de vida. Depois deste período, as consultas podem acontecer anualmente.
Entre os seis meses e cinco anos, a principal doença que pode se desenvolver nos olhos é oestrabismo. Sua principal característica é o desequilíbrio na função dos músculos oculares, que provoca um desalinhamento dos eixos visuais. Se estes sintomas não forem corrigidos, o estrabismo pode afetar o desenvolvimento da visão, além de causar uma ambliopia, que diminui a acuidade visual dos olhos.
Dos oito até os 14 anos, os erros de refração, como a miopia e a hipermetropia, podem se desenvolver com maior frequência. Estes problemas podem atrapalhar o desempenho escolar e a interação da criança com outras pessoas, afetando seu desenvolvimento cognitivo e sociabilidade.
Alerta para toda a vida
O cuidado com a cegueira infantil deve ser prioridade em toda a infância, mas também devem se estender durante toda a vida adulta. “As pessoas possuem o hábito de concluir que seus olhos são saudáveis pelo simples fato de estarem enxergando bem. Quando sentem dificuldades e buscam atendimento oftalmológico tardio, muitos podem apresentar patologias graves já em estado avançado, que podem ter consequências irreversíveis”, completa o especialista. (Com informações assessoria de imprensa)