O Ministério Público de Goiás (MP-GO) voltou a denunciar o médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, à Justiça goiana. Esta é a nona denúncia criminal que os promotores da força-tarefa que o MP estadual criou especialmente para esclarecer as denúncias apresenta contra o médium, acusado de abusar sexualmente de dezenas de frequentadoras do centro espírita que ele mesmo fundou, em Abadiânia (GO).
Na denúncia apresentada ontem, os promotores acusam João de Deus de ter estuprado seis mulheres que não figuram nas queixas apresentadas anteriormente. Segundo os promotores, as seis vítimas apresentavam algum tipo de vulnerabilidade, da qual o réu se aproveitou para consumar as agressões sexuais cometidas em uma sala reservada do centro onde ele e seus auxiliares atendiam a milhares de fiéis. Uma das seis vítimas é deficiente visual e, segundo os promotores, não pode resistir ao abuso sexual.
Duas das seis vítimas residem no Paraná. As outras quatro são moradoras do Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro e de São Paulo. Além das seis vítimas representadas nesta nova ação, a denúncia elenca como testemunhas outras quatro supostas vítimas de João de Deus que figuram como testemunhas porque, mesmo que suas acusações pudessem ser provadas, não resultariam em punições, já que os eventuais crimes já estariam prescritos.
João de Deus está preso em caráter preventivo desde o dia 16 de dezembro de 2018. Em março, a pedido da defesa, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) o autorizou a deixar o Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital do estado, para se internar em um hospital particular de Goiânia. Com base em relatórios médicos, seus advogados alegam que ele não tem condições de regressar à cadeia.
Por telefone, um de seus advogados, Alex Neder, informou à Agência Brasil que a defesa não teve acesso à nova denúncia do MP-GO e ainda está se inteirando sobre seu teor. “Só após isso poderemos fazer qualquer consideração a respeito”, disse Neder, acrescentando que João de Deus continua recebendo cuidados médicos, pois seu quadro clínico exige cuidados.
João de Deus nega todas as acusações.