A OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou nesta quarta-feira (17) o surto de ebola na RDC (República Democrática do Congo) uma “emergência de saúde pública de interesse internacional”, uma denominação pouco comum, que só é usada em epidemias mais graves.
“É hora de que o mundo tome conhecimento”, disse em um comunicado o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que aceitou o conselho de sua junta assessora de invocar as disposições de emergência utilizadas pelo organismo de saúde da ONU apenas em quatro ocasiões anteriormente.
Nesta quarta, a OMS registrou um novo caso de ebola em Uganda, aumentando as preocupações sobre a possibilidade de o vírus se proliferar além da República Democrática do Congo.
A OMS informou que uma pescadora congolesa cruzou a fronteira para vender peixes no mercado de Bwera em 11 de julho, onde ela apresentou quatro episódios de mal-estar, incluindo vômitos, antes de retornar ao Congo e morrer de ebola.
Altamente contagioso, o ebola é transmitido pelo contato entre fluidos corporais. A atual epidemia, amplamente concentrada no Congo, com exceção de três mortes em Uganda no mês passado, matou 1.676 pessoas – mais de dois terços de quem contraiu a doença – ao longo do último ano.
O combate ao ebola depende de rastrear pessoas que possam ter sido expostas ao vírus e vaciná-las, imunizando, também, qualquer pessoa com quem tenham tido contato.
A OMS listou 19 pescadores como possíveis envolvidos com o incidente em Uganda, acrescentando que 44 comerciante se voluntariaram para serem vacinados, enquanto 590 pescadores podem ser alvo de vacinação.
Líderes locais se mostraram colaborativos, mas nenhum outro comerciante estava dispostos a fornecer maiores informações devido ao medo de prejudicar suas vendas.
Especialistas da área de saúde ainda não estabeleceram a duração e o meio de transporte da vítima, bem como quem transportou suas mercadorias ou limpou seu vômito.