De acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica, órgão ligado à Secretaria de Estado da Saúde, São Paulo registrou este ano, até o mês de agosto, 17,7 mil casos e 5 óbitos relacionados a acidentes com escorpiões. No ano passado, que teve o maior número de casos de acidentes nos últimos 30 anos, foram mais de 30 mil casos registrados, com 13 mortes confirmadas.
Em Dracena, a chefe de informação, educação e comunicação, Aline Andrade, da Vigilância Epidemiológica informou que de janeiro até o mês de agosto deste ano foram registradas 165 notificações de populares que encontraram escorpiões, sendo que 70 pessoas acabaram sendo picadas.
Em 2018 no mesmo período (janeiro a agosto), segundo Aline, foram 211 notificações, sendo 87 acidentes. No ano todo que passou, a VE registrou 319 notificações, sendo 139 acidentes envolvendo o aracnídeo, resultando em vítimas.
Aline pontuou que na cidade há o soro antiescorpiônico. Ela explicou que as medidas de combate ao escorpião, feitas pela Vigilância Epidemiológica são preventivas. “No dia-a-dia nas visitas dos agentes de controle de vetores é feita orientação aos moradores sobre os riscos dos escorpiões. Durante o ano são realizadas palestras educativas, divulgação na mídia (rádio, jornal e TV) e mutirões de limpeza”.
Aline lembra que ao encontrar um escorpião, o morador pode ir até a Vigilância Epidemiológica, que fica localizada na Avenida José Bonifácio n⁰ 950, no Cedrac, setor Amarelo, ou pode ligar no telefone 3822-2621, o horário de funcionamento é de segunda a sexta feiras das 7h às 17h, não fechando para o almoço.
“Tanto por telefone ou pessoalmente é feito uma ficha de notificação e orientado o mesmo sobre as medidas que devem ser tomadas. Ao realizar a ficha de notificação, os agentes de controle de vetores realizam vistoria no local onde o escorpião foi encontrado e nas casas próximas (lados, frente e fundos) para orientar o notificante e os vizinhos”.
Aline informou ainda que a VE recebe também as notificações de pessoas que foram picadas e atendidas no Pronto Atendimento Municipal (PAM) e realiza o mesmo procedimento de visita e orientação a essas pessoas.
Biólogo alerta para a limpeza
O Biólogo Giuseppe Puorto, membro do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT, MS), afirma que o problema é comum nas regiões urbanas. “Os escorpiões invadem as casas atrás de baratas, mas acabam também buscando onde se alojar”.
Ele explica que nas grandes cidades a espécie mais perigosa é o escorpião amarelo (Tityus serrulatus), que se reproduz por partenogênese (ou seja, a fêmea se reproduz sozinha), e que a melhor maneira de evitar a visita desses aracnídeos é justamente manter os lugares limpos, livres de entulhos. “No quintal de casa evite o acúmulo de telhas ou de tijolos, por exemplo. Eles podem se esconder entre as frestas. E se perto de casa tiver algum terreno baldio, peça para que a prefeitura providencie a limpeza do local”, orienta o biólogo.
Se for picado, o biólogo recomenda que procure um serviço de atendimento médico o mais rápido possível. “A pessoa deve ser levada para o local mais próximo que tiver”, avisa. Geralmente, primeiro é aplicado um medicamento para aliviar a dor provocada pela picada do escorpião. E depois, se for o caso, é aplicado o soro antiescorpiônico. “O medicamento neutraliza as toxinas do veneno circulante no corpo”, esclarece Puorto. A aplicação é geralmente indicada para crianças e idosos, considerados maior grupo de risco.