A Polícia Civil, por intermédio das sedes de Presidente Prudente, Presidente Venceslau e Rosana, concluíram ontem a Operação Gupta, que investigou e deteve uma organização criminosa, acusada de lucrar mais de R$ 3 milhões, em seis anos, com a venda de aproximadamente 15 t (toneladas) de cocaína, num caso de tráfico interestadual. A investigação foi realizada em conjunto com a Polícia Federal de Dourados (MS).

Conforme narra o policiamento, todo o esquema era feito por meio de uma transportadora, que, “após selecionar fretes cujas rotas eram compatíveis com o destino da droga a ser transportada”, ocultava grandes quantidades de cocaína no interior das cabines de caminhões e seguiam aos respectivos destinos.

Mas para tanto, o entorpecente era direcionado com o auxílio de um “líder da organização criminosa”, como é apontado pelo policiamento. Na ocasião, a polícia explica que ele “seguia à frente dos caminhões a fim de repassar informações aos seus motoristas para que desviassem de eventuais barreiras policiais”. O grupo contava ainda com um sofisticado esquema que permitia ocultar toda a droga no interior das cabines, de modo a ser quase por completo e impendido assim a localização.

E o fato de usarem a empresa transportadora, garantia, ainda, segundo as autoridades, que organização trafegasse sempre em posse de notas fiscais de cargas lícitas, compatíveis com a rota do tráfico interestadual, a qual o entorpecente supostamente estaria destinado.

Apreensões

Ao longo da operação, ao todo, foram cumprido quatro prisões e expedidos quinze mandados de buscas domiciliares. E no dia em que a organização foi detida, a polícia localizou 200 kg de cocaína e apreendeu um revólver e uma caixa de munições, de calibre 38.

O efetivo foi realizado em três estados, com diligências encetadas nas cidades de: Batayporã (MS), Dourados (MS), Fátima do Sul (MS), Nova Andradina (MS), Naviraí (MS), Maringá (PR), Guarulhos (SP) e Peruíbe (SP)

Investigação

Ainda de acordo com as polícias, o rumo das investigações apontou que o líder da organização mantinha “vínculos passados” com o narcotraficante Jorge Raffat Toumani, conhecido como o “Rei da Fronteira”. Assassinado em 2016, a Polícia destaca que ele era lembrado dessa forma, “por ter dominado o tráfico de drogas na fronteira do Paraguai”.

Tal organização criminosa também manteve vinculo com um integrante de outra organização, preso no ano de 2018 durante a operação “Pit Stop”, também conforme o registro policial. “Os trabalhos investigativos foram desenvolvidos por cerca de dois meses, onde diversas diligências foram desenvolvidas pelos agentes federais e policiais civis paulistas”, completa.

“Após representação da Polícia Civil do Estado de São Paulo, com parecer favorável do Ministério Público, foi determinado pela Justiça o sequestro e bloqueio de dez veículos e dois imóveis. Os bens sequestrados e bloqueados pela Justiça foram avaliados em dois  milhões de reais”, frisa.

À reportagem, o policiamento afirma ainda que o líder da organização criminosa, ao ser detido, negou os fatos a ele imputados e “se recusou a colaborar com a investigação”. Ele disse ser um empresário que apenas exercia atividades lícitas.

Caminho da droga

A droga era recebida pela organização criminosa e levada até residências de propriedade do líder da organização criminosa, localizadas nas cidades de Fátima do Sul e Batayporã, no Mato Grosso do Sul. Lá elas eram ocultadas no interior das cabines dos caminhões. Após isso, a polícia conta que a droga era transportada até Peruíbe, onde era entregue “ao traficante responsável pela aquisição da cocaína”. Com Polícia Civil