O consumo de cigarros ilegais caiu no país pelo segundo ano consecutivo, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Em 2018, pouco menos de um terço dos cigarros no mercado brasileiro – 31,4% – eram ilegais. Esse percentual caiu em relação a 2017, quando era 38,5%.
Os números fazem parte do estudo Redução do Consumo de Cigarros Ilegais no Brasil: o que realmente significa?, publicado na revista científica Tobacco Control.
O levantamento mostra que o consumo de cigarros ilegais chegou a 39,7 bilhões de unidades em 2016, representando 42,8% do mercado total. Em 2017, houve uma queda e o consumo chegou a 34,9 bilhões de unidades. No ano passado, continuou caindo, chegando a 26,2 bilhões de unidades.
Na análise do Inca, os resultados “evidenciam que não há um forte crescimento no consumo dos cigarros contrabandeados do Paraguai”, disse em nota. “Ao contrário, os ilegais estão perdendo mercado para os legais.”
Ao contrário dos ilegais, o consumo de cigarros legais aumentou. Após atingir a marca de 53,1 bilhões de unidades em 2016, o consumo subiu para 55,8 bilhões em 2017 e seguiu a tendência de alta, chegando a 57,2 bilhões de unidades em 2018.
Aumento de preço
Diante desse cenário, o Inca sugeriu que o Brasil “aumente impostos e preços [dos cigarros], para dar continuidade à redução da epidemia de tabagismo no país”.
O Instituto considera grave o problema do contrabando de cigarros. Para esta questão, recomenda a implementação do Protocolo para Eliminar o Mercado Ilegal de Produtos de Tabaco, que é uma das medidas preconizadas pela Convenção-Quadro da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Controle do Tabaco, promulgado pelo Brasil em 2018. Entre as medidas previstas no protocolo estão ações de segurança pública e aduanas.
De acordo com o Inca, o tabagismo é uma doença caracterizada pela dependência de nicotina, substância encontrada em todos os derivados de tabaco, como cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha e narguilé. O tabagismo tem relação com aproximadamente 50 doenças como câncer de pulmão, laringe, faringe, esôfago, estômago, entre outros e, ainda, bronquite, asma, hipertensão, infarto. impotência sexual no homem e infertilidade na mulher.
Estima-se que, no Brasil, a cada ano, cerca de 157 mil pessoas morram precocemente devido às doenças causadas pelo tabagismo. Os fumantes adoecem com uma frequência duas vezes maior que os não fumantes.
(Mariana Tokarnia/Repórter da Agência Brasil)