Utilizadas em brinquedos e alguns aparelhos eletrônicos, as baterias em formato de botão são pequenas, redondas e prateadas, e podem ser facilmente ingeridas pelas crianças e animais de estimação, inclusive, com a possibilidade de acidentes de consumo que podem levar a morte.
Devido ao risco, o Ipem-SP (Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo), autarquia do Governo do Estado que tem como finalidade proteger o consumidor, alerta os pais, responsáveis e equipes médicas sobre esses graves riscos.
“Cerca de 3.500 casos de ingestão de pequenas baterias de lítio (bateria botão) por crianças são reportados anualmente aos centros de controle de envenenamento nos Estados Unidos. E estima-se que no mundo cerca de 5 mil crianças sofram esse tipo de acidente e destas quase 50% morrem devido as lesões provocadas. Os acidentes que envolvem a ingestão de bateria botão não são os mais frequentes, entretanto são muito letais”, explicou a diretora de divisão do Centro de Fiscalização da Conformidade de Produtos, do Departamento de Metrologia e Qualidade do Ipem-SP, e representante da autarquia na Rede de Consumo Seguro e Saúde (RCSS), Marta Malvestiti.
A ingestão acidental pode causar lesões significativas e permanentes, e levar até mesmo à morte. Pequenas baterias, que podem ter o tamanho de um botão ou de uma moeda, podem se alojar na garganta de uma criança, onde a saliva imediatamente desencadeia uma corrente elétrica, causando uma reação química que provoca queimaduras severas no esôfago, em menos de duas horas. Podendo também causar lesões permanentes nas cordas vocais. A gravidade da queimadura pode piorar, mesmo depois de a bateria ter sido removida.
O tratamento pode envolver alimentação, uso de tubos de respiração e cirurgias.
Os brinquedos certificados, que ostentam o selo do Inmetro, são obrigados a ter um compartimento para baterias seguro e resistente para as crianças. No entanto, os dispositivos eletrônicos em geral não têm essa opção e estão amplamente disponíveis e acessíveis em muitos lares. Portanto, é possível encontrar facilmente essas baterias acessíveis em controles remotos de TV, do ar-condicionado, chaves de carro, pequenas calculadoras, relógios, fones de ouvido, ioiôs iluminados, papais noéis eletrônicos, cartões, velas musicais, lanternas e até em tênis e roupas com pisca-pisca.
“O grande problema desse tipo de acidente é que em muitos casos a ingestão da bateria botão não é testemunhado por ninguém e os sintomas que não são específicos, fazem com que o diagnóstico por parte dos médicos seja difícil. Assim o alerta para esse tipo de risco deve ser direcionado não apenas para os pais mas também a classe médica, pois os sintomas apresentados pela criança, como febre e dor de estômago, podem ser facilmente associados a resfriados, viroses ou alergias, e não ao fato de ter ingerido ou introduzido uma bateria na narina, que são pequenas e brilhantes, devido a isso chamam a atenção de crianças”, detalhou o superintendente Ricardo Gambaroni.
Dicas de segurança: fique atento
– Deixe equipamentos com baterias botão fora de alcance quando o compartimento da bateria não for seguro e trave as baterias frouxas.
– Se a criança engolir a bateria botão, imediatamente procure atendimento médico de emergência. Não a deixe comer ou beber e não estimule o vômito.
– Os sintomas podem ser similares aos de outras doenças, como tosse, ‘babação’ e desconforto. Como as crianças conseguem respirar normalmente, o diagnóstico pode ser difícil.
– Ter cuidado especial com cartões musicais, velas sem chama e controles remotos, porque os compartimentos das baterias costumam não ter travas.
– Certificar-se de que as baterias sobressalentes estão guardadas fora do alcance de crianças e que as baterias usadas foram descartadas corretamente.
– Relate o caso no Sistema Inmetro de Monitoramento de Acidentes de Consumo (www.inmetro.gov.br/acidenteconsumo), o que poderá fundamentar uma possível regulamentação do uso de baterias. (Com informações/Assessoria de Imprensa do Ipem-SP)