Suspeito de ter sido o mentor do roubo de 770 quilos de ouro do terminal cargas do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), Francisco Teotônio da Silva Pasqualini, 55, conhecido como “Velho”, foi preso pela polícia de São Paulo na noite desta sexta-feira (10).
Segundo os policiais, Pasqualini teria confirmado que estava sendo procurado pela Justiça. Ele, então, foi conduzido à delegacia e, posteriormente, à prisão.
Outros cinco suspeitos de participação no roubo foram presos no ano passado.
Na investigação, Pasqualini vinha sendo chamado pelos policiais de “Professor”, em alusão ao personagem que lidera um bando de ladrões na série “Casa de Papel”, da Netflix, desenvolvendo o plano e treinando a gangue sem precisar entrar nos locais onde os assaltos acontecem.
De acordo com a polícia, foi o “professor” Pasqualini quem teve a ideia do roubo.
Pasqualini seria cunhado de Peterson Brasil, um dos funcionários do terminal de cargas presos pela polícia. Brasil é suspeito de ter cooptado outro Peterson –Peterson Patrício, o funcionário que primeiro alegou ter tido a família mantida refém para que desse informações sobre o ouro no terminal, e, uma vez desmascarado pela polícia, confessou integrar o bando. Os dois Petersons são amigos de infância e ambos foram presos.
De acordo com o delegado Pedro Ivo Corrêa, titular da delegacia de roubo a bancos, as investigações apontam que a família de Patrício foi realmente feita refém pelos criminosos para forçá-lo a facilitar o roubo após o suspeito se mostrar hesitante.
“Ele [Patrício] concordou em participar, participou do planejamento, e, no final, começou a criar obstáculos. Foi aí que o pessoal da organização findou em sequestrar a família dele para estimulá-lo, vamos dizer assim, a participar mais efusivamente”, afirmou o policial. “A família não sabia disso.”
O roubo consumiu R$ 1 milhão dos assaltantes –a polícia estima um total de 14 pessoas envolvidas –e longo planejamento. A ação no aeroporto durou dois minutos e meio e foi captada pelas câmeras de segurança.
Ao menos duas pessoas envolvidas (os Petersons) eram funcionários do terminal e facilitaram o acesso do restante do bando, que usou viaturas da Polícia Federal clonadas para entrar no terminal, posteriormente trocadas por outros veículo.
Quase 720 quilos de ouro pertenciam a Kinross Paracatu e a Asai, ambos grupos canadenses. Outros 51 quilos pertenciam a um grupo de Dubai, JBG. Até agora o ouro não foi recuperado.