Fazer intercâmbio, estudar em outro país, até mesmo jogar futebol por uma universidade nos Estados Unidos. Tudo isso faz parte do imaginário de muitos jovens no Brasil e na nossa região. Mas como ficou esse mercado com o coronavírus? Em Dracena, Mariza Cristina Buzinaro Scioli é a presidente do Rotary Clube na cidade. Tradicionalmente, o Rotary é uma das instituições que mais embarcam intercambiários em todo Brasil. Devido à pandemia mundial que estamos enfrentando, ela conta como estão sendo as medidas tomadas pelo Rotary com seus intercambiários. “O nosso Comitê do Intercâmbio de Jovens tem se posicionado da seguinte maneira: Os pais naturais são quem devem ditar como será o comportamento dos jovens, ou seja, se determinarem a volta dos filhos iremos cumprir. Isso já aconteceu com vários intercambistas em nosso distrito (como são chamadas as regiões no Rotary). Inclusive uma menina da Alemanha, que estava em Dracena, retornou para seu país de origem por decisão de seus pais”, disse ela. Alguns dracenenses estão fora do país. Por ser uma doença que afeta o mundo inteiro, a preocupação com os intercambiários é grande. Marisa relata como estão os dracenenses pelo mundo. “Aqueles que conseguiram voltar, voltaram. Alguns continuam no exterior, aguardando novas orientações, mas tudo bem tranquilo com a assistência que o Rotary e a família anfitriã oferecem, com muita transparência e responsabilidade”, disse ela. Muitos países fecharam fronteiras, isso irá afetar a vida daqueles jovens que planejavam fazer intercâmbio. “Nós temos que nos adequar a essas
exigências nesse momento conturbado, respeitando as determinações das autoridades competentes. Na medida em que acontecerem as aberturas de fronteiras, os programas serão atualizados”, concluiu. Gustavo Machado é sócio de uma agência de intercâmbio esportivo. Com sede em São Paulo (SP) e uma unidade em Presidente Prudente, Gustavo fala de como estão os contatos para novos intercâmbios depois do coronavírus. “Temos conversado bastante com as universidades nos Estados Unidos e com os técnicos dos times universitários. A expectativa é que até agosto, quando as janelas de matrículas são abertas, tudo esteja normalizado”, disse ele. Outro fator que a pandemia vem afetando esse mercado é a constante alta do dólar. Para Gustavo, isso também interfere na hora de fazer um intercâmbio. “Neste momento as famílias buscam universidades mais baratas para os seus filhos. Porém a procura ainda continua, seja para jogar futebol ou algum outro esporte ou para um intercâmbio acadêmico”, disse ele. Para ele, o contato direto com a universidade pode facilitar. “Nós temos muitos contatos nas universidades e nesse momento de crise e pandemia a gente tenta barganhar ao máximo para conseguir as melhores bolsas para nossos alunos e atletas”, finalizou. Antônio Marra é um intercambiário que estuda na Cowley College, uma universidade em Arkansas City, no estado do Kansas nos EUA. Natural de Presidente Prudente, ele retornou para sua cidade de origem por conta do coronavírus. “Na semana do dia 9 de março nós não tivemos aula devido ao Spring Break. Como o surto de coronavírus aumentou, recebemos a notícia que o feriado seria estendido por mais uma semana. A ideia inicial era que entre 23 de março e 3 abril as
aulas fossem online e a partir do dia 6 de abril voltariam as aulas presenciais. Mas como essa pandemia só crescia no dia 19 de março ficou decidido que todas as aulas seriam online a partir do dia 23 de abril”, disse Marra, que joga futebol pela universidade. Segundo ele, a maioria dos alunos internacionais da Cowley College retornou para seus países de origem. Marra contou para a reportagem do Jornal Regional como estão os americanos em relação ao coronavírus. “A minha faculdade demorou a tomar a decisão que todas as aulas seriam online, porque no estado de Kansas tinham poucas pessoas infectadas e na região não havia nenhum caso. Mas nos supermercados não tinham mais papéis higiênicos, máscaras e álcool gel. As informações são que nas cidades maiores a situação estava bem complicada. Muitos voos estavam sendo cancelados. Além disso, todas as universidades adotaram as aulas online”, concluiu.